Trigo
Os preços do trigo seguem firmes no Brasil, principalmente no mercado de lotes, devido ao dólar bastante valorizado frente ao Real. Entre 25 de outubro e 1º de novembro, a moeda norte-americana subiu 2,25%, para R$ 5,671 na segunda-feira, 1º. Esse cenário é observado mesmo com o período de colheita no Brasil. Além disso, os valores no mercado internacional continuam elevados. Em relação à liquidez, segundo colaboradores do Cepea, as negociações do trigo não estão ocorrendo de forma intensa, com produtores armazenando o cereal de melhor qualidade. A expectativa é negociar no primeiro semestre de 2022, quando sazonalmente os preços ficam acima da média anual. No campo, a produção no Paraná foi revisada para baixo (de 3,53 milhões de toneladas no relatório de setembro para 3,24 milhões de t no de outubro), ainda devido à estiagem em meses anteriores, que reduziu o potencial produtivo das lavouras. Ainda assim, a produção do estado deve ser superior à da temporada anterior (3,19 milhões de toneladas), em decorrência da maior área destinada ao cereal, que atingiu 1,2 milhão de hectares, elevação de 7% no mesmo comparativo.
Açúcar
O preço médio do açúcar cristal negociado no mercado spot do estado de São Paulo voltou a subir. No dia 1º de novembro, o Indicador CEPEA/ESALQ, cor Icumsa de 130 a 180, fechou a R$ 153,04/saca de 50 kg, renovando, mais uma vez, a máxima nominal da série histórica do Cepea. De 25 a 29 de outubro, a média do Indicador no mercado paulista foi de R$ 150,44/saca, aumento de 1,58% em relação à da semana anterior. A média mensal de outubro/21 foi de R$ 147,27/sc, alta de 3,91% em relação à de setembro/21 e 31,94% maior que a de outubro/20 (valores deflacionados pelo IGP-DI de set/21. Segundo colaboradores do Cepea, essa valorização recente continua atrelada à menor oferta, que persiste nesta safra 2021/22. Segundo informações da Unica, as usinas do centro-sul do Brasil processaram 19,68 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na primeira quinzena de outubro, queda de 46,77% em relação ao mesmo período do ano passado. O dólar acima de R$ 5,60 é um forte estímulo às exportações brasileiras, o que também ajuda a enxugar a oferta doméstica. Além disso, a gasolina mais cara nos postos de combustíveis estimula o aumento da produção de etanol em detrimento da de açúcar. Na primeira quinzena de outubro, segundo a Unica, 60,89% da cana-de-açúcar processada foi destinada à produção do biocombustível e apenas 39,11%, à de açúcar.
Alface
Os altos custos de produção aliados a menores vendas reduziram o ritmo de plantio de alface nas roças paulistas nas últimas semanas, o que acabou limitando a oferta da folhosa no mercado. Segundo colaboradores do Hortifruti/Cepea, chuvas também acarretaram perdas às lavouras, com ocorrência de mela e queima em algumas localidades. Nesse cenário de baixa disponibilidade, os preços subiram nos últimos dias, apesar do período de fim de mês. Entre 25 e 29 de outubro, as cotações da alface crespa subiram 8% (frente à semana anterior) na região de Mogi das Cruzes (SP), fechando o período com média de R$ 14,98/cx com 20 unidades. Para a americana comercializada na mesma praça, a média foi de R$ 15,30/cx com 12 unidades, valorização de 5,52%. Em Ibiúna (SP), o preço da variedade crespa subiu 10,17%, para R$ 10,47/cx com 20 unidades, em média, na semana de 25 a 29 de outubro. Ainda de acordo com colaboradores do Hortifruti/Cepea, a oferta de alface deve seguir reduzida nas próximas semanas, o que pode elevar as cotações.
Etanol
A última semana foi marcada por aumentos diários nos preços dos etanóis, especialmente nos do hidratado. Segundo colaboradores do Cepea, vendedores seguiram firmes nos valores pedidos, com negócios efetivados no fechamento da semana a patamares superiores aos do começo do período. Compradores, por sua vez, tiveram participação menos ativa no mercado spot na comparação com a semana anterior – um número expressivo desses agentes segue retirando volumes adquiridos anteriormente. Entre 25 e 29 de outubro, o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado fechou em R$ 3,8280/litro, forte alta de 7,85% frente ao período anterior. No caso do etanol anidro, o preço subiu 6,64%, com o Indicador CEPEA/ESALQ fechando em R$ 4,3353/litro. Para o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (posto Paulínia/SP), a média da semana foi de R$ 3.897,50/m³, alta de 7,7% na mesma comparação.