Pressionados pela expectativa de retorno das chuvas no cinturão produtor do Brasil, o que poderia favorecer as floradas das plantas, os preços internacionais do café registraram perdas no acumulado desta semana.
Na Bolsa de Nova York, o vencimento dezembro do contrato “C” recuou 595 pontos na comparação com a sexta-feira passada, encerrando o pregão de ontem a US$ 1,3210 por libra-peso. Na ICE Futures Europe, o vencimento novembro do café robusta fechou a US$ 1.949 por tonelada, com queda de US$ 56.
Analistas indicam que a desvalorização não foi maior na semana passada e nesta devido à diferença de leitura dos modelos climáticos, com baixa precisão e muita variação. Por outro lado, eles preveem que a interrupção da seca já deve servir para encorajar os baixistas a pressionarem mais as cotações.
Segundo a Somar Meteorologia, uma chuva forte e abrangente deve retornar para as áreas de café a partir de hoje, gerando volumes de 50 milímetros em São Paulo, Paraná, sul de Minas Gerais e Cerrado Mineiro. O serviço meteorológico avisa, ainda, que as precipitações serão bem menos intensas entre a Zona da Mata, o Espírito Santo e o sul da Bahia.
Além do clima no Brasil, os participantes também monitoraram o comportamento do dólar, que registra alta em setembro frente ao real. Ontem, a moeda fechou a R$ 3,1828, com valorização de 1,8% na comparação com o desempenho de sexta-feira passada.
O índice do dólar foi influenciado pela divulgação de dados positivos sobre a economia dos Estados Unidos. O PIB norte-americano cresceu à taxa anual de 3,1% no segundo trimestre de 2017, com ritmo um pouco mais significativo do que a estimativa anterior, de 3,0%, apresentando sua melhor ascensão nos últimos dois anos.
No Brasil, os preços acompanharam o ritmo internacional e também recuaram no mercado físico. Pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) informam que já foram observadas chuvas, na quinta-feira, no sul de Minas Gerais e na Mogiana de São Paulo e indicam que a volta das precipitações é essencial para o desenvolvimento da próxima safra.
De acordo com o Cepea, em meio a este cenário, os agentes continuam bastante retraídos, monitorando as condições climáticas nos próximos dias no País, o que trava a comercialização. Os indicadores calculados pela entidade para as variedades arábica e conilon foram cotados, ontem, a R$ 449,10/saca e a R$ 393,78/saca, com variações de -2,3% e de -2,4%, respectivamente, em relação ao fechamento da semana antecedente.