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Preço do Petróleo Abaixo de Zero e os Destaques da Semana

Publicado 24.04.2020, 11:34
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Panorama Semanal de 20 a 24 de abril*

Preço do petróleo abaixo de zero. Isso mesmo, abaixo de zero. Esse foi um dos principais destaques desta semana na imprensa mundial. No Brasil, além de mais um recorde nominal do dólar, repercutiu a participação do presidente Jair Bolsonaro em protestos a favor do AI-5 e do fechamento de instituições democráticas, como o Congresso e o STF. Em outra frente, a exoneração do diretor geral da PF, Maurício Valeixo, surpreendeu o ministro da Justiça, Sergio Moro, que pediu demissão. Sua saída do governo já se reflete em indicadores do mercado.

Devido à pandemia do coronavírus, pela primeira vez na história, os contratos de petróleo fecharam no negativo. O contrato futuro do petróleo WTI chegou a ser negociado a -US$ 37,63 por barril no início da semana. A queda abrupta da demanda, em um contexto de guerra de preços na Opep, causa um problema de armazenamento, que faz despencar as cotações.

Ao longo da semana, os preços, tanto do WTI quanto do Brent, voltaram a subir devido a declarações de países membros da OPEP+, entre eles Arábia Saudita e Iraque, que podem reduzir mais a oferta da commodity.

Um aumento da tensão entre EUA e Irã também influenciou a subida nos preços do petróleo. Trump postou um tweet autorizando a Marinha dos EUA a abater embarcações iranianas. O Irã anunciara, pouco antes, que lançou o primeiro satélite militar do país.

Nos EUA, o Congresso chegou a um acordo com a Casa Branca, aprovando um pacote de mais US$ 484 bilhões, sobretudo para pequenas empresas e hospitais.

Em medida polêmica, o presidente americano, Donald Trump, disse que vai suspender a imigração para os EUA, para preservar empregos de americanos. Esta semana, foram registrados mais 4,4 milhões de pedidos de auxilio desemprego no país.

Enquanto alguns países avaliam e apresentam planos para a retomada das atividades, as expectativas se voltam para pesquisas de remédios e vacinas contra o novo coronavírus. Esta semana, os mercados foram impactados pela notícia de que o antiviral Remdesivir não apresentou os efeitos esperados.

No Brasil, o procurador-geral da República, Augusto Aras, solicitou ao STF a abertura de um inquérito para apurar a participação de deputados nas manifestações pró AI-5 citadas acima. Após ter sua presença criticada no evento, o presidente Bolsonaro afirmou que não apoia o fechamento do Congresso e do Supremo.

Causaram ruído supostas divergências entre a Casa Civil e o Ministério da Economia sobre a saída da crise. O programa Pró-Brasil de recuperação econômica pós-covid-19, que prevê geração de emprego com obras públicas, foi apresentado pelo ministro Braga Neto, levantando rumores de que o ministro Paulo Guedes não estaria envolvido.

Alguns estados começam a pensar num relaxamento das restrições, mas o número de casos ainda aumenta pelo país. O governador de São Paulo, João Doria, anunciou um plano para o processo de saída do isolamento social, talvez a partir do dia 11 de maio.

Após anunciar que anteciparia o pagamento da segunda parcela do auxílio de R$ 600, o governo voltou atrás por falta de recursos no orçamento. Segundo o Ministério da Cidadania, será preciso aprovar um crédito suplementar para o coronavaucher.

Os efeitos da desaceleração econômica já se fazem sentir na arrecadação federal, que apresentou queda de 3,3% em março.

No pregão desta quinta-feira, o dólar fechou cotado a R$ 5,52, em alta de 2,21%, com expectativas de um novo corte na Taxa Básica de juros da economia, a Selic. O Ibovespa encerrou em queda de 1,26%, a 79.673 pontos.

Obrigada, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal.

*Dados atualizados até o dia 24/4, às 9h.

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