Amanhã e quarta-feira (7 e 8), teremos o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), Jerome Powell, no Comitê Bancário do Senado americano, e ao House Financial Services Committee, sobre o relatório semestral do Fed referente a condução da atual política monetária.
A expectativa é de um discurso ainda voltado à necessidade de continuidade da atual política monetária contracionista – aumento da taxa de juros – para reduzir a inflação.
Existe um consenso de que o FED continuará a aumentar a taxa de juros, porém em um passo mais lento – de 0,25 ponto percentual, até alcançar entre 5,25% ou 5,5% a.a.
A 10-2 Year Treasury Yield Spread (Yield Spread) dos títulos de 10 e de 2 anos do tesouro americano já está invertida, no seu menor nível desde 1.980, e negativa em torno de 90 pontos base (-0,90%).
Ou seja: os juros de curto prazo (2 anos) estão maiores do que os de longo prazo. Esse dado tem sido, historicamente, um indicador confiável de ocorrer uma recessão entre 12 e 18 meses. Isso basicamente por mostrar uma redução nos empréstimos, e a consequente desaceleração econômica: as instituições financeiras tendem a tomar dinheiro emprestado no curto prazo (juros geralmente menores), e a emprestarem dinheiro no longo prazo (juros geralmente maiores), ganhando dinheiro justamente nessa diferença entre as taxas (spread). Como essa situação se inverteu, essas instituições reduzem os volumes dos seus empréstimos, o que desacelera a economia (menos dinheiro disponível – menos consumo).
Como até alguns membros do Fed (são 7 ao total) indicaram que os juros de curto prazo precisam alcançar o patamar de 6,0% a.a., para assim desacelerar ainda mais a economia para conter a inflação, um cenário de “pouso forçado” ou de “hard landing” da economia americana se torna bastante plausível.