De um lado, temos retornos atrativos e superiores à renda fixa tradicional, um cenário macroeconômico com altas taxas de juros, a procura por opções para diversificação da carteira e diluição dos riscos dos investimentos. Do outro, temos um aumento da demanda por crédito por parte de diversos setores que encontram dificuldades de concessão no mercado tradicional. Essas são apenas algumas das razões pelas quais o segmento de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) vem registrando significativas altas no Brasil.
De acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), em abril deste ano, os FIDCs tiveram entradas líquidas de R$ 33,8 bilhões. No acumulado do ano, o aporte líquido foi de R$ 17 bilhões, o melhor desempenho entre as classes de fundos. Entre dezembro de 2020 e abril de 2024, o número de FIDCs teve uma alta de 106% e o patrimônio líquido da modalidade cresceu mais de 179%.
Contra dados, não há argumentos: essa classe de renda fixa está cada vez mais caindo no gosto de investidores que procuram por exposição a diferentes estratégias. E o investidor de varejo que, até então, não tinha acesso aos FIDCs, passará a ter por meio da CVM n° 175, que entrou em vigor no fim do ano passado. Além de expandir o acesso dos investidores, a resolução chegou com a proposta de aprimorar a regulamentação e transparência da indústria, assim como a modernização dos fundos no Brasil.
De fato, quando o assunto é inovação, enquanto vemos avanços incríveis nos âmbitos financeiro e bancário, observo que o setor de FIDCs ainda engatinha. Porém, foi justamente identificando esta lacuna que estão nascendo fintechs com plataformas desenvolvidas para transformarem os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios no Brasil por meio de tecnologias de ponta.
Na prática, vemos que há no mercado, por exemplo, uma solução que combina integração de dados internos e de mercado, com infraestrutura de nuvens (como Amazon (NASDAQ:AMZN) Cloud, Microsoft (NASDAQ:MSFT) e Google (NASDAQ:GOOGL)), inteligência artificial e machine learning para entregar funcionalidades em toda a operação, desde a originação, registro dos títulos, até a gestão dos Direitos Creditórios. Isso permite maior escalabilidade, processamento de alto volume de dados, transparência, eficiência e segurança para todo ecossistema.
Antes, a gestão de FIDCs poderia ser um processo manual e moroso, resultando em ineficiência, riscos e custos elevados. Agora, com a revolução tecnológica, é possível automatizar tarefas repetitivas e liberar tempo para análises estratégicas. Com a IA, por exemplo, é factível fazer a análise completa de 100% dos lastros dos recebíveis, cruzando todos os dados da operação a uma velocidade de 50 mil recebíveis por minuto. Antes isso era feito através da verificação de planilhas... #ERRO!
Toda essa capacidade de processamento está permitindo verificações em tempo real e análises completas, o que facilita a comunicação por meio de informações atualizadas e, por consequência, contribui para tomadas de decisões mais certeiras. Além disso, o uso de tecnologias, como a IA, traz melhorias significativas no controle de fraudes e validação dos títulos através do monitoramento contínuo das operações.
Ao investir em tecnologias avançadas e processos automatizados, criam-se soluções que não só atendem às necessidades atuais, mas também antecipam demandas futuras deste mercado. Além disso, a inovação já permite que novos FIDCs sejam lançados até mesmo por investidores menores. Tudo isso com redução de burocracia, de custos e com maior agilidade. Essa transformação digital não é apenas uma tendência, mas uma necessidade diante de um setor que não para de crescer.