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Política monetária: o que esperar do Copom e do Fed a partir de agora?

Publicado 22.09.2023, 15:45
IBOV
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Esta semana tivemos as decisões de política monetária tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Quando as reuniões que definem as taxas básicas de juros de ambos os países caem em uma quarta-feira, o mercado tem um apelido bastante interessante para o dia: “Super-Quarta”. 

Quando os Bancos Centrais brasileiro e norte-americano fazem tal anúncio, o mercado naturalmente acompanha de perto uma vez que os rumos anunciados servem como base para a precificação das diversas operações financeiras que compõem a economia mundial. 

Explicado este ponto para o leitor mais iniciante, esta semana o Banco Central do Brasil, por meio do Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu reduzir a Selic em 0,50 bps. Com isso, o país deixa de ter a maior taxa real de juros do mundo, que caiu de 13,25% para 12,75% ao ano.

A queda era esperada pelos agentes de mercado, porém, o tamanho do ajuste surpreendeu muita gente. 

A justificativa para a decisão envolve várias questões. Segundo o próprio comunicado do Copom, o ambiente externo mais incerto com elevação das taxas de longo prazo nos Estados Unidos e a perspectiva de menor crescimento chinês foram alguns dos pontos elencados. 

Também foi observada uma atividade mais resiliente da atividade econômica, porém, ainda assim, tivemos uma leve alta nas projeções de inflação, bem como uma alta no índice de preços ao consumidor no indicador que mede os últimos 12 meses. O que ajudou a justificar a decisão de redução de 0,50 p.b. pelo Banco Central, considerada conservadora por muitos. 

A boa notícia é que o comitê sinalizou que os cortes subsequentes devem manter o ritmo de 0,50 p.b., seguindo as projeções que esperam uma Selic em 11,75% a.a. no fim de 2023. 

Nos Estados Unidos, o Federal Reserve manteve a taxa dos Fed Funds em 5,5%, conforme esperado pelos agentes de mercado. 

No comunicado, a justificativa para a manutenção do atual patamar da taxa básica de juros norte-americana se deve a uma atividade econômica ainda em uma crescente, com inflação e níveis de emprego ainda em patamares elevados. 

Em sua tradicional entrevista após a decisão, Jerome Powell ressaltou que os novos ajustes serão feitos ou não observando caso a caso, com foco na convergência da inflação. 

Segundo o presidente do Fed, as taxas de juros reais estão agora bem acima das estimativas de taxa neutra, apesar das incertezas inerentes a esta avaliação. 

E deixou claro que a entidade está preparada para o combate ao problema inflacionário. 

Do lado do investidor, é importante observar a continuidade do ciclo para tomar posições nos momentos corretos e nas classes corretas de acordo com o que as autoridades monetárias de cada país anunciam. 

A tendência, neste momento, obviamente, é de uma menor atratividade da renda fixa brasileira, enquanto nos Estados Unidos ela passa a ser mais atrativa. Porém, títulos privados no Brasil ainda são uma alternativa atrativa desde que escolhidos da maneira correta. 

Na bolsa de valores do Brasil, de acordo com alguns gestores, o Ibovespa pode encerrar o ano aos 135 mil pontos. Contudo, é preciso analisar o comportamento dos preços dos ativos uma vez que alguns deles já estão precificados a partir de uma taxa Selic mais baixa. 

Portanto, a dica, tanto para se proteger quanto para aproveitar os movimentos que eu descrevi acima, é diversificar o portfólio. Ainda que a pessoa tenha poucos recursos, o reinvestimento e os aportes mensais uma hora fazem a sua mágica e não colocar todos os ovos na mesma cesta é fundamental para a construção da riqueza ao longo do tempo. 

Pense nisso e até a próxima!

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