Condições climáticas favoráveis contribuíram para um bom avanço do plantio de soja nas lavouras do Paraná e do Centro Oeste brasileiro. Especialmente em Goiás, onde a estiagem comprometia fortemente o solo, bons volumes de chuva na primeira semana após o final do vazio sanitário ofereceram melhores condições para o início dos trabalhos.
O plantio já atinge cerca de 30% da área esperada no Paraná. Destaca-se a maior retração de intenção de plantio no sul do estado, em comparação com a safra anterior. No Mato-Grosso, maior produtor do país, o plantio se aproxima de 10%. A comercialização, no entanto, reflete os fracos preços do mercado encontra-se mais lenta, aproximando-se de 30% da safra 2016/17 no Centro-Oeste do país.
Enquanto os trabalhos no campo se intensificam, as negociações seguem frias nas diversas praças do país. Os preços refletem o comportamento lateral observado em Chicago e a valorização do Real. Nos portos de Rio Grande e Paranaguá as cotações caíram 2,5% e 1% respectivamente na comparação semanal. No Centro-Oeste, os preços mantiveram relativa estabilidade ao longo dos últimos dias, excluindo poucos casos isolados.
Nesta quarta-feira (12), feriado no Brasil, o Departamento de Agricultura Americano (USDA, na sigla em inglês) publica o relatório mensal de estimativas agrícolas. Não são esperados ajustes relevantes na produção brasileira em comparação com o estimado há um mês. A divulgação de que o governo não pretende reduzir o imposto de exportação de soja nesta safra, na última semana, contudo, deve influenciar positivamente o poder de exportação no Brasil. Mesmo com a moeda brasileira se valorizando no mercado internacional com a retomada da economia, a soja nacional será mais competitiva no primeiro semestre de 2017 do que o produto argentino.
Chicago movido pela demanda a espera do USDA
No acumulado da última semana as cotações em Chicago se valorizaram. O contrato spot subiu 0,29%. Janeiro 0,39%, março, referência para safra brasileira, 0,34% e maio 0,28%. Esse aumento foi fortemente influenciado pela demanda, pois os dados referentes a safra americana continuam ótimos. Os números de produtividade estão bem acima do que o mercado esperava. A equipe Apexsim espera que neste relatório do USDA haverá um novo aumento na produção americana.
O relatório do USDA do mês de outubro deverá trazer aumento da produção americana, para algo entorno de 115,5 milhões de toneladas. Uma diminuição dos estoques e um aumento da demanda. Os chineses estão muito ativos no mercado e é por causa dessa demanda aquecida que os preços não estão baixando de USS 9,40. Pode-se esperar um início de semana com o gigante asiático atuando forte no mercado, pois vão estar voltando de feriado. Os fundos deverão agir com cautela aguardando os números do USDA. A tendência fundamentalista é de uma baixa nas cotações para esta semana.