Em momentos de grandes quedas nos mercados, se faz essencial revisitarmos alguns paradigmas da renda variável que são expostos como máximas irrefutáveis. São dogmas repassados e reafirmados cotidianamente sem uma reflexão profunda das danosas consequências advindas desta errônea decisão.
O principal “mantra” repetido aos investidores é: “Compre barato e venda caro”.
A primeira vista, parece muito lógico e sensato. Afinal, comprar barato e vender caro funciona para um investimento em imóveis, em carros e demais negociações ordinárias de nossas vidas.
Entretanto, está lógica de “promoção de supermercado” levará o investidor de renda variável a bancarrota. Isto porque, não existe termos “barato” e “caro” em termos de variações nominais nos preços de ações.
Explico, se a ação valia 100 e hoje é negociada por 50, esqueça quanto ela valia, o que ela vale hoje é o que importa. Não existe qualquer vinculação ao preço pretérito, que já faz parte do passado.
Dito com outras palavras, as expectativas do conjunto de investidores do mercado, que compõe a formação do preço ditam o valor nominal das ações e pouco se importam se você (sardinha) está achando “barato” ou “caro” certa ação.
Achar que a desvalorização contínua de uma ação, em clara tendência de baixa, é uma boa oportunidade para comprar, por supostamente estar barato, é entrar em um barco afundando. Nitidamente é mais provável que uma ação que saiu de 100 e hoje está a 50 continue a desvalorizar-se, já que esta desvalorização do ativo, salvo pequenas exceções, é reflexo de uma piora na conjuntura estrutural da empresa (fundamentos da empresa).
Crer que encontrou uma boa e barata oportunidade, comprando o que ninguém mais quer, (metaforicamente falando) é achar que pode prever futuras movimentações de preços e ficar torcendo para que milagrosamente o “navio pare de afundar”."
"-Acreditem em mim o mercado vai subir até meados do final do mês e vai cair durante o eclipse lunar. Segundo o seu signo compre hoje e venda depois que fizer meu curso de psicografia mediúnica de preços avançada."
Alguns dirão: “Tenho estope e não tenho problema em perder pouco”. Parabéns, você será um dos poucos a perder pouco quando errar.
E digo com franqueza: Você vai errar muito. Já que estará indo contra a tendência consolidada de preços.
Pior que isto é fazer preço-médio, alocando mais capital em algo que não está dando certo. As pessoas sempre tendem a permanecer “casados” (agarrados, presos) a investimentos ruins e tendem a sair logo de bons investimentos. Liberte-se desta realidade.
Qual a solução então?
Compre o caro e venda mais caro ainda! Siga da Tendência!
Parece loucura, mas o que quero dizer é que devemos observar empresas que continuamente tem uma valorização nos seus preços, em tendência clara de alta, e seguirmos embarcados nesta tendência.
Desta forma, não estaremos querendo adivinhar futuras movimentações ou nos arriscando tentando pegar uma “faca caindo”.
Estaremos, sim, sendo reativos e aderindo a opinião geral do conjunto de investidores, que, naquele momento, entende que certa ação é interessante e por isto existe uma maior pressão de compra do que de venda, gerando a contínua e positiva variação nos preços.
Mas e se eu comprar no topo?
Raras serão as vezes que isto ocorrerá, já que as operações a favor da tendência tem maiores taxas de acerto do que aquelas contra a tendência geral de variação de preços.
Para estes sinais falsos, um estope limitará eventuais prejuízos.
Conclusão
Liberte-se de falsos dogmas, desapegue-se de investimentos ruins, venda o que está caindo e mantenha o que está subindo.
Estes são conselhos que deveriam ser dados a todos os iniciantes na bolsa de valores.