O dólar caiu quase 1% e fechou no menor nível em três meses na sexta-feira, de volta ao patamar de 3,15 reais, após dados mais fracos sobre a economia norte-americana suavizarem um pouco as apostas de que o Federal Reserve poderá elevar os juros mais do que o esperado. O viés de baixa da moeda norte-americana aconteceu desde cedo, num movimento de ajuste após duas sessões de alguma elevação e diante de expectativas de ingresso de fluxo de recursos por conta de recentes captações de empresas. A moeda norte-americana marcou também sua sexta semana consecutiva de queda, com perda acumulada de 7%.
A economia norte-americana avançou 1,9% no quarto trimestre de 2016, abaixo dos 2,2% apurado em pesquisa Reuters e bem menor do que a alta de 3,5% do terceiro trimestre. O desempenho foi prejudicado pelas exportações de soja, mas os gastos estáveis do consumidor e o aumento do investimento empresarial sugerem que a economia poderá continuar a crescer.
Com o dado mais fraco, a pressão na inflação tende a diminuir, podendo reduzir apostas de que o Fed possa elevar os juros ainda mais. Este cenário de mais juros começou a ser desenhado com a vitória de Donald Trump para a Presidência dos Estados Unidos, com temores de que sua política econômica possa ser inflacionária, o que poderia levar o Fed a elevar mais os juros locais, atraindo para a maior economia do mundo recursos aplicados hoje em outras praças, como a brasileira.
Partindo-se para o gráfico, notamos como desde dezembro os preços se movimentam em baixa após testarem a zona de resistência entre 3,46 – 3,50. O suporte nos 3,15 sustentou a cotação nas últimas semanas, mas após o fechamento de sexta-feira, poderemos ter um efetivo rompimento e possiblidades dos preços testarem novamente os 3,10.
Para os otimistas em uma recuperação do dólar, o movimento de alta poderá ter mais força após o rompimento dos 3,19, para fora da Linha de Tendência de Baixa. Para esta semana, atenção redobrada ao calendário econômico, com a divulgação dos empregos privados e taxa de juros dos EUA na quarta-feira, além do payroll na sexta.
Equipe Rodrigo Rebecchi (Equipe Youtrading)