Como a escalada do petróleo perde impulso, cada vez mais analistas projetam que a próxima movimentação do mercado poderá ser uma queda para US$ 40 por barril. Os preços quase dobraram entre janeiro e junho, um sinal de que os mercados finalmente estavam se curando, em um momento em que a queda da produção dos EUA, o aumento da demanda e distúrbios da Nigéria ao Canadá contribuíam para eliminar o excedente mundial da produção. Agora, com a oscilação do consumo e com a volta das ofertas que estavam interrompidas, vários analistas alertam que os preços podem cair mais uma vez.
Os estoques estão transbordando depois de dois anos de produção excedente e a demanda dos EUA por gasolina, o principal impulsor dos preços no verão do Hemisfério Norte, decepciona. Barris indesejados se amontoam e os comerciantes foram obrigados a acumular a maior quantidade de petróleo em navios-tanque no mar desde 2009.
As interrupções da oferta que ajudaram a elevar o preço do petróleo acima de US$ 50 nos últimos meses estão desaparecendo. Os produtores das areias betuminosas do Canadá retomaram a maior parte da produção que foi interrompida quando incêndios ameaçaram as instalações em maio e provocaram um corte de mais de 1 milhão de barris por dia, ou cerca de 40% da oferta. A Nigéria, país membro da Opep, reativou parte da produção em junho, depois que atentados a reduziram ao menor total em três décadas.
Em convergência com a análise fundamental, observamos no gráfico diário como os preços podem estar rompendo o vigente canal de alta, desde o começo de 2016. Após o rompimento do suporte em 46.50, a cotação voltou a testar o nível que atuou como resistência e enquanto não for superada novamente, nossa percepção permanecerá de baixa. Esta situação abre possibilidades para quedas até os próximos suportes em 43.00 e 40.00.
Por Rodrigo Rebecchi (Equipe Youtrading)