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O WTI pode testar o nível de US$ 80 por barril, caso os dados econômicos da China venham mais fracos do que o esperado;
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Compradores estão animados com compromisso da Arábila Saudita e Rússia de manter os cortes de produção até o fim do ano;
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Guerra no Oriente Médio coloca em questão prêmio de risco para o petróleo.
O suporte de US$ 80 por barril pode ser testado no petróleo WTI, com os investidores dispostos a defender esse nível, especialmente com os dados econômicos do maior país importador, a China, podendo influenciar o mercado, após a forte queda do mês passado.
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Os preços do petróleo tiveram uma leve alta no início de uma nova semana de negociações na Ásia, com os mercados mais tranquilos em relação às perspectivas de um aumento da taxa de juros pelo Federal Reserve após o banco central não sinalizar claramente a probabilidade de um aumento em dezembro, antes do final do ano.
No entanto, os ganhos foram modestos, com a pressão recente de baixa ainda presente após a queda de 6% da semana passada, que ampliou a perda de quase 11% em outubro.
Embora os otimistas com o petróleo tenham se animado com a determinação da Arábia Saudita e Rússia de manter os cortes na produção até o final do ano, também havia muita incerteza em relação a vários indicadores econômicos que serão divulgados esta semana pela China.
Assim, as chances do petróleo dos EUA romper a marca de US$ 80 por barril estavam bastante altas, especialmente com um prêmio de risco mínimo, ou até nulo, dependendo da visão, sendo atribuído ao petróleo devido ao conflito Israel-Hamas, que não afetou o fornecimento.
Algumas notícias sobre a guerra podem ser vistas como positivas para o petróleo, já que Israel continua a ignorar os apelos por um cessar-fogo, e o grupo de mercenários russos Wagner planeja fornecer sistemas de defesa aérea ao Hezbollah.
Perda de US$ 80 pode levar o WTI a US$ 78
De acordo com Sunil Kumar Dixit, estrategista técnico-chefe da SKCharting.com:
“A incapacidade de fazer um rompimento consistente acima de US$ 81,90 retomará a pressão de baixa que levará o WTI a testar novamente a marca de US$ 80.”
“Abaixo desse nível está o suporte principal, visto na média móvel simples de 200 dias, localizada estaticamente em US$ 78,15.”
Por outro lado, o suporte acima da média móvel simples de 100 dias de US$ 81,70 facilitará a movimentação ascendente em direção à média móvel exponencial de 50 períodos de 4 horas, de US$ 82,90, e à marca psicológica de US$ 83, que poderia avançar para US$ 83,70 e US$ 84,50, disse Dixit.
Às 9h45 de Brasília, o barril do WTI, que serve de referência para os EUA, registrava uma alta de 1,30%, negociado a US$ 81,55, enquanto o barril de Brent, que serve de referência mundial e para a Petrobras (BVMF:PETR4), subia 1,12%, a US$ 85,84, no mercado futuro.
Os mercados petrolíferos agora estão focados nos indicadores econômicos-chave da China, previstos para mais tarde na semana. Os dados comerciais chineses serão divulgados na terça-feira e devem fornecer mais pistas sobre a demanda por commodities no país.
Embora as importações de petróleo e o consumo de combustível da China tenham permanecido fortes este ano, seus estoques desses produtos também aumentaram. Isso poderia levar a uma redução nas importações de petróleo nos próximos meses. Os traders também temem uma queda no consumo de combustível, especialmente se as condições econômicas piorarem.
Os dados de inflação chinesa previstos para quinta-feira devem oferecer mais informações sobre os padrões de gastos no maior importador de petróleo do mundo, que vem enfrentando a desinflação nos últimos meses.
Embora o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre da China tenha superado as expectativas, uma série de indicadores fracos para outubro mostrou que a atividade empresarial continuou atrasada, sinalizando potencialmente um quarto trimestre mais fraco.
No entanto, é esperado que Pequim implemente medidas mais favoráveis à economia, especialmente uma emissão de títulos de 1 trilhão de iuanes (US$ 140 bilhões) no quarto trimestre.
A fraqueza do dólar, que atingiu um mínimo de seis semanas na sexta-feira, ajudou a aliviar a pressão sobre o petróleo.
As perdas no dólar ocorreram à medida que os traders apostaram que o Federal Reserve (Fed) não aumentaria mais as taxas e que o banco central começaria a cortar as taxas até meados de 2024, diante de mais sinais de que a economia dos EUA estava esfriando.
No entanto, embora um dólar mais fraco beneficie os preços do petróleo, uma economia dos EUA em desaceleração também pode pesar sobre a demanda do maior consumidor mundial de combustível. A demanda por combustível nos EUA deve enfraquecer nos próximos meses devido à temporada de inverno.
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Aviso: este artigo tem fins meramente informativos e não constitui qualquer oferta ou recomendação de investimento.