- Decisões da Opep+ e fatores geopolíticos podem provocar fortes oscilações no petróleo
- Condicionantes-chave para WTI e Brent sugerem pontos de entrada em meio à volatilidade.
- Eleições nos EUA e políticas da China adicionam incertezas ao mercado.
O mercado petrolífero está em uma encruzilhada, com traders atentos aos movimentos dos grandes produtores e aos eventos globais que podem desencadear novos deslocamentos nos preços.
O equilíbrio entre oferta e demanda, ditado por decisões da aliança Opep+ e por fatores geopolíticos, está no centro das atenções dos investidores, que analisam níveis de preço e fatores capazes de direcionar a trajetória da commodity.
Recentemente, a combinação entre o arrefecimento das tensões geopolíticas e a redução dos impactos de furacões nos EUA trouxe certo alívio aos preços do barril.
Com o foco do mercado voltado para um frágil equilíbrio entre oferta e demanda, a decisão da Opep+ de adiar o aumento de produção planejado tem ganhado destaque.
A aliança, reagindo à demanda fraca e à pressão de fornecedores fora do cartel, optou por postergar o aumento de produção previsto para dezembro, o que levou os preços do WTI e do Brent a subirem mais de 3%.
Essa pausa oferece um alívio temporário, elevando o WTI para US$72 e o Brent para US$75, com ambos os benchmarks tentando sustentar sua recente recuperação.
Além disso, o aumento da produção em países como Líbia e Irã continua a influenciar a oferta global.
O Irã adicionou 250.000 barris diários à produção, uma medida que, segundo o vice-presidente Mohammad Reza Aref, visa estabilizar a economia nacional e controlar a inflação.
Embora essa expansão possa gerar um superávit temporário, a contenção da Opep+ busca manter o equilíbrio até o final do ano, enfrentando, contudo, pressões de demanda.
Eleições nos EUA: fator determinante para o petróleo no curto prazo
A eleição presidencial nos EUA adicionou mais uma camada de incerteza ao mercado.
Com as pesquisas apontando uma disputa acirrada, possíveis atrasos nos resultados ou disputas judiciais podem reduzir o apetite por risco dos investidores, especialmente em um mercado tão relevante quanto o dos EUA. As políticas pós-eleitorais deverão impactar a demanda por petróleo, mantendo os preços em uma faixa estreita enquanto os investidores aguardam sinais mais claros de políticas públicas.
Medidas econômicas da China e o impacto de longo prazo no petróleo
Como o maior importador mundial de petróleo, as políticas econômicas da China influenciam a demanda global. Novas medidas fiscais, incluindo um pacote de estímulo que pode ultrapassar 10 trilhões de iuanes, visam combater a desaceleração econômica doméstica.
Embora esses passos possam não impactar imediatamente os preços do petróleo, as políticas chinesas têm potencial para elevar a demanda global no médio e longo prazo, especialmente se levarem a um aumento nas importações.
Níveis técnicos fundamentais para o Brent e o WTI
Os níveis técnicos têm sido cruciais para traders que navegam na volatilidade recente. No caso do Brent, a resistência em US$80 resultou em um recuo para a faixa de US$70.
O suporte em US$70 registrado na última semana gerou uma recuperação de curto prazo, com a resistência em US$75,85 como ponto crítico. Fechamentos semanais acima desse patamar podem abrir caminho para um novo teste dos US$80, sinalizando uma possível recuperação econômica mais ampla. Se o preço romper abaixo de US$75, os níveis de US$73 e até mesmo abaixo de US$70 voltam ao radar.
Para o WTI, o mercado observa US$72,3 como a resistência mais próxima, com alvos de alta em US$74,5 e US$76,8. No sentido oposto, zonas de suporte em US$69,6, US$67,85 e US$65,15 podem ditar reversões de tendência em meio às oscilações geopolíticas.
Conclusão
O mercado de petróleo bruto segue em um equilíbrio delicado entre os controles de oferta da Opep+, o aumento da produção iraniana e forças macroeconômicas, como as eleições nos EUA e as políticas fiscais da China.