Os preços do petróleo voltaram a atingir patamares que não eram vistos há meses, por conta da restrição da oferta e dos cortes de produção feitos pela Arábia Saudita e pela Rússia. Por isso, o CEO da Chevron (NYSE:CVX) já prevê preços acima de US$ 100 por barril, uma mudança que poderia piorar o combate à inflação e afetar a economia mundial.
Barril pode voltar a superar a marca de US$ 100
O CEO da Chevron, Mike Wirth, espera que os preços do petróleo voltem a ser negociados em torno de US$ 100 por barril, nível que não era alcançado há mais de um ano. Tal previsão se baseia nas restrições cada vez maiores da oferta petrolífera, abrindo espaço para que os preços atinjam os três dígitos.
“O fornecimento está ficando mais restrito, os estoques estão caindo. Essas mudanças acontecem devagar e podemos ver sua consolidação, então as tendências indicam que estamos definitivamente indo nessa direção.”
Wirth alertou que um preço do petróleo de US$ 100 por barril poderia ter um “impacto negativo” nas economias dos Estados Unidos e do mundo, algo que preocupava muitos observadores do mercado. No entanto, o CEO da gigante petrolífera afirmou que, se ocorrer um aumento dessa magnitude, é pouco provável que cause danos substanciais à economia.
“Mas tivemos preços relativamente mais altos do petróleo durante a maior parte deste ano e certamente durante todo o ano passado. A tão falada recessão ainda não aconteceu. Portanto, acredito que os fundamentos subjacentes da economia nos Estados Unidos e global continuam bastante sólidos.”
As empresas de petróleo registraram lucros recordes em 2022, depois que os preços de energia dispararam quando o mundo voltou à normalidade após os lockdowns da pandemia e por causa da invasão da Ucrânia pela Rússia. O aumento dos custos do gás, junto com outros fatores, impulsionou a inflação para o nível mais alto em 40 anos no ano passado.
Restrição de oferta pressiona cotação
Enquanto isso, os preços do petróleo operavam em alta na terça-feira, 19, com os investidores reagindo ao agravamento das restrições de oferta.
Às 12h30 de Brasília, o barril do Brent, referência mundial e da Petrobras (BVMF:PETR4), avançava 1,13% a US$ 95,48, enquanto o de West Texas Intermediate (WTI), referencial nos EUA, subia 1,45% a US$ 91,89.
Esse aumento ocorre apenas dias após os preços do petróleo atingirem a máxima de 10 meses.
Os operadores deixaram de lado preocupações com o crescimento econômico da China e a desaceleração na economia europeia, o que contribuiu para o aumento dos preços das commodities, em meio à diminuição da oferta, uma vez que a Rússia e a Arábia Saudita reduziram a produção.
Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), a extensão dos cortes de produção de petróleo de 1,3 milhão de barris por dia (bpd) até o final de 2023 provavelmente resultará em um considerável déficit de mercado no quarto trimestre.
Você acha que a previsão do CEO da Chevron para os preços do petróleo realmente pode se concretizar? Compartilhe sua opinião nos comentários abaixo.