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Petróleo: preços podem ter tocado fundo, graças a ações da Opep e do Fed

Publicado 18.12.2023, 13:05
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  • Na última semana, o petróleo interrompeu uma sequência de sete semanas de queda, impulsionado pela redução das incertezas em relação à demanda.

  • Embora esta semana tenha começado de forma incerta, os preços do barril apresentam indícios de uma possível tendência altista, conforme evidenciado por sinais técnicos, entre eles um padrão de martelo no gráfico semanal.

  • Os fatores de risco parecem inclinar-se para um cenário de valorização, sustentado pelos cortes de produção em andamento da Opep+ e a possibilidade de novas medidas serem implementadas.

  • O petróleo encerrou uma sequência de sete quedas semanais, ao fechar em alta a última semana, graças ao arrefecimento das preocupações com a demanda.

    Entretanto, no início da sessão europeia de hoje, os preços do barril apresentaram queda, colocando em dúvida os sinais de recuperação que surgiram na semana passada.

    Ainda assim, a queda pode atrair compradores, diante da evidente mudança de tendência nos preços. De fato, às 8h45 de Brasília, os preços do petróleo Brent, referência mundial e para a Petrobras (BVMF:PETR4), subiam 0,85%, a US$ 77,20 por barril.

    Antes de analisar os fatores macroeconômicos, vamos examinar os gráficos primeiro.

    Visão Técnica do Petróleo

    Apesar do começo fraco desta semana, os preços do petróleo podem ter atingido um fundo na semana passada, conforme indicado pelos sinais técnicos que se formaram.

    Mas é preciso uma continuação da alta para confirmar essa reversão, que já era esperada, mas especialmente diante do começo fraco de hoje.Petróleo futuro - gráfico semanal

    No gráfico semanal, o WTI formou um candle de martelo no período semanal. O martelo é um padrão de reversão altista de uma única vela, que costuma aparecer no final de uma tendência de baixa.

    O preço de abertura geralmente é menor que o fechamento, enquanto há um pavio longo que se estende para baixo, que é pelo menos duas vezes maior que o corpo pequeno da vela.

    Mas o que importa é que esse padrão costuma anteceder mais ganhos, pois mostra uma mudança da pressão vendedora para a compradora.

    A reversão ocorreu quando os preços do petróleo caíram mais de US$ 2 abaixo do nível importante de US$ 70, mas terminaram a semana cerca de US$ 2 acima desse nível psicológico.

    O fato de que o martelo foi formado próximo da média móvel ascendente de 200 semanas torna isso mais interessante do ponto de vista altista.

    Os compradores vão querer ver agora uma superação da máxima da semana passada em US$ 72,56.

    Um rompimento da linha de resistência do canal baixista seria ideal, enquanto um movimento acima da máxima da semana anterior, em torno de US$ 75, formaria um padrão de reversão altista de três velas.

    No gráfico diário, há mais detalhes. A área sombreada em laranja, onde também se formou a máxima da semana passada, coincide com uma zona de suporte anterior e com a média móvel exponencial descendente de 21 dias.Petróleo futuro diário

    Como a tendência tem sido baixista desde que os preços atingiram o topo em setembro, é preciso cautela extra enquanto o petróleo estiver abaixo ou dentro dessa zona.

    Há uma possibilidade de que os preços do petróleo tenham alcançado o ponto mais baixo, mas é necessário um movimento altista convincente para confirmar essa tendência. Agora, uma quebra decisiva acima do intervalo da semana passada e da alta durante a noite se faz necessária para desencadear uma potencial onda de compras.

    Riscos Predispostos ao Crescimento

    Como analisei na última semana, o dinamismo inicial do petróleo perdeu força, antes de os preços inverterem a tendência e fecharem em alta. Recentemente, tenho percebido uma inclinação maior para uma reversão altista, impulsionada pelos preços subvalorizados em um cenário macroeconômico global predominantemente positivo.

    Embora haja preocupações com a demanda e questionamentos sobre a eficácia dos cortes de produção da Opep+, parece que o pior da onda de vendas já passou, após meses particularmente desafiadores.

    Os cortes de produção da Opep e seus aliados deverão limitar as baixas daqui para frente. De fato, os riscos parecem inclinados a favor do mercado, especialmente considerando os sinais de reversão altista observados na última semana.

    É importante lembrar também que a queda acentuada nos preços do barril pode não ser completamente justificável, considerando a natureza da demanda inelástica pelo petróleo.

    Neste cenário, o lado da oferta é mais influente. Se a Opep adotar medidas adicionais para estabilizar os preços, isso poderá oferecer um suporte significativo.

    Comentários recentes do ministro da energia da Arábia Saudita indicam que poderiam estender ou intensificar os cortes de oferta para além do primeiro trimestre. A Rússia anunciou no domingo que planeja reduzir ainda mais as exportações de petróleo em dezembro, possivelmente em 50.000 barris por dia ou mais.

    Portanto, a Opep+ está empenhada em sustentar os preços. Não parece prudente apostar contra a eficácia de suas ações.

    Mesmo sem cortes adicionais da Opep+, a organização já tem contribuído significativamente, ao restringir a oferta. Com a recuperação da demanda, é provável que os preços comecem a subir novamente.

    Motivos da Queda Acentuada dos Preços do Petróleo

    Antes da reversão da semana passada, os preços do petróleo caíram por sete semanas seguidas. A queda veio após os cortes voluntários na produção anunciados pela Opep+ há algumas semanas, que não impressionaram os mercados.

    A onda de vendas ganhou força à medida que níveis de suporte importantes foram rompidos, levando a mais vendas por razões técnicas.

    Além das dúvidas sobre a eficácia dos cortes de produção da Opep, preocupações com o aumento contínuo das exportações de petróleo norte-americano (WTI) também impactaram os investidores, sinalizando uma oferta excessiva fora da Opep.

    Ademais, o medo quanto à demanda também teve um papel crucial na recente queda. A economia global continua estagnada devido às altas taxas de juros, enquanto os efeitos contínuos dos picos de inflação passados seguem impactando negativamente consumidores e empresas.

    ***

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