- Tudo indica que os operadores mais otimistas com o petróleo voltaram com tudo ao mercado, buscando a marca de US$ 100 por barril.
- O setor de energia está prestes a disparar, juntamente com os preços do petróleo.
- Chevron e ExxonMobil podem se destacar nesse cenário.
Os preços do petróleo seguem em alta, alcançando o maior fechamento mensal desde outubro de 2022.
Um aspecto relevante é que o antigo nível de resistência em torno de US$74, que vigorava desde 2018, agora se converteu em um nível de suporte, sinalizando uma tendência altista consistente.
A verdadeira tendência nas ações do setor de energia (NYSE:XLE) pode estar apenas começando, já que elas ainda não iniciaram seu movimento expressivo. Ao examinar o gráfico, vemos um rompimento da barreira psicológica estabelecida pelos topos de 2008, com os picos de 2011 atuando como um nível de suporte.
Quando olhamos para os estoques americanos de petróleo e derivados, que são uma parte bastante visível do mercado global devido aos relatórios semanais, o que vemos é uma queda, diante da redução de 34 milhões de barris desde meados de julho.
Essa tendência de baixa foi observada em 5 das últimas 6 semanas. A redução nos estoques dos EUA é vista como um indício de que o próprio mercado global está enfrentando um déficit. Por essa razão, os preços à vista registram alta, junto com o spread.
Até 25 de agosto, os estoques comerciais de petróleo bruto estavam apenas um pouco acima de 1 milhão de barris, uma queda de cerca de 1 milhão de barris em comparação com 30 de junho. Isso levou a um aumento nos preços do petróleo futuro nos EUA, especialmente para os vencimentos mensais.
O spread entre o petróleo com entrega para 3 meses também entrou em um estado conhecido como “backwardation”, isto é, o preço do contrato futuro é menor do que o preço à vista atual do ativo. Atualmente, esse spread está em US$ 1,14 por barril em comparação com a situação em junho.
Além disso, no primeiro semestre de 2023, os EUA liberaram cerca de 26 milhões de barris de petróleo bruto da Reserva Estratégica de Petróleo. Desde o início de 2022, aproximadamente 247 milhões de barris foram liberados dessa reserva.
Inicialmente, essa liberação contribuiu para a queda dos preços à vista e dos spreads. No entanto, para combater a escassez de petróleo causada pela invasão da Rússia na Ucrânia, os EUA voltaram a acumular petróleo.
Essa redução na oferta no mercado global acabou alçando os preços do produto.
Essa tendência coincidiu com cortes adicionais na produção pela Arábia Saudita e pela Rússia, que totalizaram cerca de 75 milhões de barris entre julho e agosto.
De acordo com a Bloomberg, as exportações totais da Arábia Saudita em agosto atingiram cerca de 5,6 milhões de barris por dia, marcando o nível mais baixo observado desde março de 2021.
Ao mesmo tempo, a Arábia Saudita está trabalhando discretamente para reduzir a oferta global, a fim de elevar os preços do petróleo, possivelmente para valores de três dígitos.
Sua estratégia para setembro envolve a imposição de aumentos significativos de preços na Europa e o aumento do custo de suprimentos para a Ásia.
Além disso, o acordo entre a Rússia e os demais membros da Opep+ não deve ser subestimado, uma vez que visa reduzir as exportações de petróleo em 500.000 barris por dia.
Ações da ExxonMobil e Chevron continuarão subindo?
Enquanto isso, as ações da ExxonMobil (NYSE:XOM) e da Chevron (NYSE:CVX) mantêm uma trajetória de alta.
É notável a força que o setor de energia está apresentando, com ambas as ações rompendo as máximas do ano anterior que haviam sido importantes pontos de resistência psicológica. Isso sugere que, se os preços do petróleo continuarem a subir, novas máximas históricas podem estar à vista.
Embora os alvos médios dos analistas indiquem a possibilidade de uma leve queda nos preços das ações, sugerindo que estão atualmente com um valuation justo, a análise de preço-justo do InvestingPro apresenta um cenário mais favorável.
Essa análise mostra que ambas as ações têm potencial para subir 10% a partir dos níveis atuais.
No que se refere à saúde financeira, as empresas recebem uma pontuação média de 4 de 5, segundo no InvestingPro.
Isso ressalta a boa situação financeira dessas companhias, sustentada por margens de lucro elevadas, ganhos consistentes, alta qualidade de dividendos, um balanço com mais liquidez do que dívida e fluxo de caixa livre que supera o lucro líquido.
Fonte: InvestingPro
Fonte: InvestingPro
Conclusão
É notável a força que o setor de energia está demonstrando, com destaque para Exxon Mobil e Chevron, que estão superando níveis de resistência psicológica anteriores. Isso indica o potencial para novas máximas históricas se os preços do petróleo continuarem em alta.
Além disso, vale a pena acompanhar a possível venda de ações da Saudi Aramco (TADAWUL:2222), no valor de US$ 50 bilhões, que está sendo planejada para o final deste ano.
Embora essa não seja a primeira vez que a maior empresa de petróleo do mundo considera tal movimento, planos anteriores foram reduzidos.
Quando Mohammed bin Salman defendeu o grande IPO da Aramco, não foi adiante na Nyse devido a preocupações com transparência relacionada à produção, exportações e reservas. Com isso, a gigante estatal saudita acabou abrindo seu capital na Tadawul em 2019.
A questão intrigante agora é se o renovado interesse da Aramco em uma venda de ações é influenciado por projeções mais otimistas dos preços do petróleo bruto.
Os próximos meses revelarão as decisões da Arábia Saudita em relação às suas relações com as nações do BRICS e as possíveis implicações geopolíticas dessas escolhas para o Ocidente.
(Tradução de Julio Alves)
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