Esta semana, os mercados de petróleo permaneceram estáveis, com os futuros do petróleo bruto WTI fechando em US$ 68,5 por barril. Os investidores ficaram atentos aos dados econômicos positivos da China e à próxima reunião da OPEP+.
Foi relatado que a atividade industrial chinesa aumentou pelo segundo mês consecutivo, em um ritmo mais rápido do que nos últimos cinco meses, indicando uma recuperação no maior importador de petróleo do mundo. Ao mesmo tempo, a Arábia Saudita anunciou uma redução nos preços do petróleo bruto para os compradores asiáticos a partir de janeiro, levando-os ao seu nível mais baixo em quatro anos.
A reunião da OPEP+ que estava originalmente programada para esta semana foi adiada, e espera-se que sejam necessárias mais discussões antes que seja tomada uma decisão sobre o aumento da produção.
As tensões geopolíticas no Oriente Médio também estão afetando o mercado de petróleo.
Embora tenha havido um acordo de cessar-fogo, Israel retomou os ataques ao Líbano, e o Irã está apoiando o governo sírio depois que os rebeldes assumiram o controle de Aleppo, a maior cidade do país. Além disso, existe a preocupação de que a Arábia Saudita possa aumentar a produção se outros países não fizerem o mesmo para manter os preços estáveis.
A questão da OPEP está novamente no centro das discussões, com alguns países tentando obter uma vantagem produzindo mais petróleo do que o acordado.
Durante uma reunião telemática, os representantes da OPEP culparam o Iraque por exceder seu limite de produção diária de 400.000 barris em agosto, de acordo com dados fornecidos pela S&P Global Ratings, e o Cazaquistão, que espera aumentar a produção devido ao retorno do campo de petróleo de Tengiz para 720.000 barris por dia.
“Não faz sentido adicionar novos estoques se não houver demanda para eles no mercado”, disse um dos representantes durante a ligação. “É importante que todos os países respeitem os acordos estabelecidos pela OPEP+ e mantenham o silêncio.” Nos últimos meses, os preços do petróleo caíram 9% em todos os principais índices de referência.
Apesar dos esforços da OPEP+ para estabilizar os mercados de petróleo, os preços continuam a cair. Embora o grupo tenha proposto várias extensões dos cortes de produção, isso não impediu que os preços caíssem ainda mais. De acordo com dados da AIE, a participação de mercado da OPEP caiu para 48% este ano, ante 50% em 2023 e 51% em 2022.
Espera-se que a concorrência se intensifique no próximo ano, com aumentos projetados na produção dos Estados Unidos, da Guiana e do Brasil, o que poderia levar a um aumento de mais de 1 milhão de barris por dia na oferta global. Embora o Brasil tenha se juntado à OPEP+ este ano, ele declarou que não participará dos cortes de produção para manter sua participação no mercado.
De acordo com minha previsão, veremos os preços do petróleo caírem para novas mínimas de cerca de US$ 60 nos próximos trimestres, com a possibilidade, em 2025, de vermos preços ainda mais baixos do que US$ 50 por barril se ocorrer uma disputa dentro da OPEP.
A curva de futuros do petróleo bruto ainda mostra uma tendência de contango, o que significa que pode ser vantajoso considerar instrumentos como ETFs para investimentos de longo prazo. Entretanto, é aconselhável evitar o investimento direto no setor de ações de petróleo no momento, já que o valor do dólar americano está forte e os preços das empresas do setor estão muito altos.
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