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O Oriente Médio se tornou um foco de tensão, com Israel se preparando para uma incursão terrestre na Faixa de Gaza.
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Com especulações de possível interferência do Irã, há um receio de que esse conflito possa se transformar em uma crise regional, como a que ocorreu nos anos 1970.
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Não se pode descartar o risco de o barril de petróleo superar a marca de US$ 100.
Nas últimas semanas, o Oriente Médio entrou em seu conflito mais grave em décadas. O estopim para a ação militar de Israel foi uma série de violentos ataques terroristas do Hamas e lançamento de foguetes, atingindo principalmente civis.
Recentemente, a reação de Israel se intensificou, com planos de uma possível ofensiva terrestre na Faixa de Gaza. Embora o impacto no mercado petrolífero tenha sido relativamente contido, há preocupações de uma maior escalada, se países vizinhos, como o Irã, acabarem se envolvendo.
No cenário econômico, a tendência de alta nos preços do petróleo resultante deste conflito traz desafios para as economias ocidentais já enfrentando a inflação. Membros da Opep+, especialmente Arábia Saudita e Rússia, decidiram cortar a produção de petróleo, e os baixos estoques de petróleo dos EUA estão aumentando a pressão sobre os preços do petróleo.
Isso levou a um raro alinhamento de interesses entre nações ocidentais e o Irã, permitindo temporariamente que o país persa aumentasse significativamente sua produção de petróleo de 0,5 milhão para 3 milhões de barris por dia. No entanto, um potencial problema surge se houver um apoio iraniano aberto ao Hamas em seu conflito com Israel. Isso poderia desencadear uma resposta ocidental, possivelmente reinstalando sanções rigorosas ao Irã.
Além disso, é crucial monitorar a situação no Estreito de Ormuz, atualmente sob controle persa, pois qualquer interrupção em sua operação poderia ser outro fator que leva a um aumento substancial nos preços do petróleo.
Podemos ver uma crise ao estilo dos anos 1970?
Os eventos recentes podem levar a comparações com a crise do petróleo dos anos 1970, quando a Guerra do Yom Kippur viu Israel em conflito com Síria e Egito. Naquela época, a Opep impôs um embargo a países como os Estados Unidos e os Países Baixos por apoiar Israel, levando a uma disparada nos preços do petróleo de US$ 2,90 para mais de US$ 11 por barril.
No entanto, a probabilidade de um cenário semelhante ocorrer hoje é muito reduzida. Declarações de atores-chave, incluindo os Emirados Árabes Unidos, sugerem que o conflito Israel-Hamas não impactará significativamente as decisões da Opep, pois o cartel é motivado principalmente por interesses econômicos em vez de políticos.
Ainda assim, é essencial permanecer cauteloso, pois uma escalada do conflito envolvendo outros países do Oriente Médio poderia levar a um período prolongado de preços do petróleo acima de US$ 100 por barril.
Visão Técnica: Brent supera US$ 90
Os preços do petróleo Brent, que serve de referência mundial e para a Petrobras (BVMF:PETR4), continuam em alta, confirmada a curto prazo pelo rompimento da resistência do padrão de bandeira.
O primeiro alvo para compradores permanece a zona de oferta previamente localizada na região de US$ 97. Caso tal resistência seja vencida, um ataque a alvos acima de US$ 100 será o cenário base.
A negação da tendência de alta deve ser uma queda abaixo do suporte na área de US$ 89.
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