Artigo escrito originalmente em inglês no dia 02/11/2021
Este artigo foi escrito exclusivamente para o Investing.com
- Petróleo segue em movimento de alta
- Próximo nível de resistência técnica: mais de US$100 por barril
- Petrobras (SA:PETR4): produtora brasileira de energia
- Ações estão sob cerco, mas resultados superam expectativas e dividendo é atraente
- Eleições de 2022 podem provocar um rali nas ações da Petrobras
O Brasil é um dos maiores países produtores de commodities. Suas condições climáticas e geológicas fazem com que o país mais populoso da América do Sul seja uma espécie de “supermercado” do mundo.
O Brasil é um grande produtor de açúcar, café e laranjas. Sua safra anual de soja só perde para a dos Estados Unidos. Além disso, o país produz também diversas matérias-primas, inclusive energia.
A Petrobras (NYSE:PBR) é uma empresa energética diversificada. Embora a empresa ainda seja uma estatal, o atual presidente, Jair Bolsonaro, considera privatizá-la.
Desde a virada deste século, as ações da petrolífera saíram da mínima de US$2,33, em 2002, até a máxima de US$77,61, no fim de 2008, quando o petróleo atingiu sua máxima histórica. Ao nível de US$10,20 em 1 de novembro, as ações da Petrobras estão muito mais perto das mínimas do que das máximas, enquanto o petróleo não para de subir. Mesmo assim, suas ações oferecem valor e a companhia recompensa os acionistas com bons dividendos, enquanto estes esperam a valorização do seu capital.
Petróleo segue em movimento de alta
O petróleo desenvolve movimento de alta desde tocou a mínima recorde no mercado futuro negociado na Nymex, em abril de 2020.
Fonte: CQG
Como mostra o gráfico mensal, o contrato futuro do barril de petróleo americano se recuperou da mínima recorde de US$40,32 negativos, em abril de 2020, até a máxima mais recente de US$85,41, durante a última semana de outubro. Foi uma valorização de US$125,73 por barril.
Fonte: Barchart
Já o britânico Brent subiu da mínima do século de US$15,98, em abril de 2020, até sua máxima mais recente de US$86,70 em 25 de outubro, um ganho de US$70,72 por barril.
Próximo nível de resistência técnica: mais de US$100 por barril
O petróleo negociado na Nymex rompeu um nível crítico de resistência técnica nos últimos meses.
Fonte: CQG
O gráfico mensal ilustra o movimento acima da máxima de US$76,90 de outubro de 2018. A resistência técnica está agora na máxima de 2014 acima de US$100 por barril.
Fonte: CQG
O contrato futuro contínuo do Brent mostra que o preço ficou a quatro centavos do pico de 2018 a US$86,74 em outubro de 2021, quando atingiu o valor de US$86,70 por barril. A máxima de 2018 abre caminho para o nível de US$100 por barril de Brent.
Em março de 2020, a produção diária de petróleo americano atingiu o recorde de 13,1 milhões de barris. Como o governo Biden procura solucionar a mudança climática com regras ambientais mais rígidas para os combustíveis fósseis, a produção americana caiu para 11,3 milhões de barris por dia em 22 de outubro de 2021.
Em 2021, o atual governo americano cancelou o projeto para o oleoduto Keystone XL e proibiu a prática de fraturamento e perfuração de petróleo e gás em território federal no Alasca. Diante do declínio da participação dos EUA na oferta mundial de petróleo, o produto mais uma vez fica nas mãos da Opep e da Rússia. Em meados do ano, o governo Biden pediu que o cartel elevasse a oferta de petróleo, e a organização negou-se a fazê-lo.
O fato é que o poder de precificação voltou para as mãos do cartel. As decisões de preço de energia estão agora sob influência de Riad e Moscou. A missão do cartel é proporcionar o preço mais alto possível para os seus membros. Após anos sofrendo com os preços baixos gerados pelo shale oil americano, a Opep+ está se vingando.
Quanto aos clientes nos EUA e ao redor do mundo, não há dúvidas de que vão pagar mais caro pelo petróleo e seus produtos derivados. É lógico que o cartel prefere vender o barril a US$100 do que a US$40.
Petrobras: produtora brasileira de energia
Embora o ambiente regulatório e as regras ambientais mais rígidas nos EUA e Europa tirem o interesse das petrolíferas de expandir sua produção, o fato é que quem está em melhores condições de lucrar são as produtoras atuais.
A Petrobras é uma empresa estatal brasileira e está entre as maiores produtoras mundiais de energia. Seu perfil corporativo no Investing.com afirma que a empresa é especializada na indústria de óleo, gás e energia, realizando a prospecção, perfuração, refino, comercialização e transporte de petróleo de campos onshore e offshore, bem como de xisto e outras formações rochosas. Seu segmento de atuação é o de exploração e produção, abrangendo ainda as atividades de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo, gás natural liquefeito e gás natural. A empresa atua também no segmento de gás e energia, realizando o transporte e a comercialização de gás natural produzido no Brasil e importado, além de biocombustíveis, cobrindo as atividades de produção de biodiesel e seus produtos derivados, bem como atividades relacionadas ao etanol.A Petrobras é uma empresa de energia multinacional que pode se valorizar após anos de pressão de vendas devido ao conturbado ambiente político no Brasil. Cotada a US$10,20 por ação em 1 de novembro, a empresa tem uma capitalização de mercado de US$64,047 bilhões. O volume médio de negociações da empresa é de 33,1 milhões de ações por dia.
Ações estão sob cerco, mas resultados superam expectativas e dividendo é atraente
A Petrobras paga um dividendo anual de US$1 por ação, o que corresponde a um rendimento de 10,18%, bem acima da média do mercado. Da mesma forma, nos últimos quatro trimestres, a estatal superou as estimativas consensuais de resultados.
Fonte: Yahoo Finance
As novas máximas do petróleo no fim de outubro podem fazer com que esse bom momento operacional perdure pelos próximos trimestres. Em seu balanço do 3º tri, a companhia superou a previsão de LPA, ao apurar um lucro de mais de 49 centavos por ação, mas ficou atrás na receita.
Além disso, um levantamento do Investing.com com treze analistas prevê um preço-alvo médio de US$13,28 por ação, um potencial de alta de 30,18%, considerando o nível de 29 de outubro. As previsões variam de US$10,80 a US$16 por ação.
Fonte: Barchart
O gráfico acima mostra que o nível de resistência técnica da PETR está em torno de US$17-18. Sua máxima histórica foi tocada em 2008, quando o petróleo atingiu seu pico recorde. O valor máximo atingido pelas ações da PETR foi de US$77,61 em maio de 2008.
Eleições de 2022 podem provocar um rali nas ações da Petrobras
O presidente Bolsonaro não é uma figura popular no Brasil. O Senado acusou-o recentemente de crimes contra a humanidade, culpando-o pelo fato de o país estar na segunda posição em número de mortes por Covid-19 no mundo.
Não faz muito tempo que ele decidiu substituir o CEO da PETR, fazendo as ações da companhia afundarem. Nas próximas eleições presidenciais de 2022, Bolsonaro afirmou que ele tem três opções: ser reeleito, ser preso ou acabar morto. O Brasil vive um pesadelo político e econômico, mas as ações da PETR estão uma pechincha no mercado de petróleo. Recentemente, o presidente da República afirmou que o “ideal” seria privatizar a Petrobras, por causa dos preços altos dos combustíveis nos últimos meses.
Um novo governo poderia turbinar os ganhos dessa empresa lucrativa. Seu dividendo bastante generoso fornece renda aos investidores que aguardam uma valorização de capital.
Eu estou aproveitando as correções da PETR para comprar seus papéis, que oferecem um dos valuations mais atraentes entre as empresas mundiais de energia integrada. A relação risco-retorno favorece a alta, já que os preços do petróleo não param de subir.