Este fim de semana fez aniversário aquela que se mostraria a mais "reveladora" dentre minhas análises e opiniões publicadas. Lamentavelmente, não alcançou um maior número de leitores devido ao seu conteúdo polêmico. De forma complementar, ainda chocado pela então recente barbárie do grupo revolucionário e extremista islâmico, eu também decidira abordar ali a fé como algo, por vezes, não tão espiritual assim, mas vulnerável, influenciável e manipulável por interesses escusos - políticos e/ou econômicos. Afinal, o assunto é pertinente.
Contudo, quem não sentiu desconforto na leitura daquela abordagem difícil (para mim) e um tanto longa (para alguns leitores), veio até a se impressionar diante do timing (ou oportuna pontualidade no momento) da publicação. Tratava-se sim de uma análise sobre a ausência de fundamentos que pudessem justificar a negociação de barris de petróleo nos arredores dos US$ 100, como acontecia na altura em que o texto foi escrito e publicado.
A bem da verdade, eu já havia escrito em setembro de 2011, de forma bem mais sucinta, que o petróleo não contava com fundamentos demográficos para se manter naquelas alturas. Aquele foi um texto dedicado à relação entre demografia e mercados, um assunto que ainda hoje parece ser muito subestimado pelo público em geral, bem como por investidores e profissionais do mercado.
Entre aquela breve pincelada no assunto e o texto finalmente dedicado ao petróleo se passaram 3 anos. Nesse intervalo, os preços da commodity oscilaram nervosos, abaixo e acima, mas insistentes naquele abusivo patamar. Depois de publicá-lo no Brasil, eu o traduzi e enviei para avaliação e possível publicação em alguns sites dos EUA. Recebi algumas respostas de editores que se interessaram pelo tema principal, mas me solicitaram a retirada dos parágrafos de conteúdo religioso e político. Desapontado e não disposto a omiti-los, eu tentei reescrevê-los de forma diferente e abreviada. Depois de uma sequência de alterações, o texto foi publicado por alguns e finalmente declinado por outros.
Contudo, mesmo aqueles que apreciaram o teor econômico, viriam a se impressionar com o desenrolar dos eventos nas semanas e meses que se seguiriam. A análise não só teria se mostrado certeira, como especialmente oportuna no "cronograma" dos mercados. Foi, aparentemente, presciente da longa derrocada nos preços do petróleo que rapidamente se iniciaria e se estenderia até o presente.
Outra coisa interessante foi que logo começaram a aparecer os podres indícios da corrupção (assombrosa mesmo para o padrão brasileiro) instalada e mediada por políticos e executivos relacionados à Petrobras (SA:PETR4). Ora, logo na abertura do texto eu já dizia que "Para uma nação que não tenha sólidas instituições democráticas, seu petróleo pode se tornar uma maldição política, social e cultural".
Por muito pouco, o Brasil não serviu de exemplo naquela análise! E, também neste quesito, o texto parecia presciente do que se revelaria à nação brasileira...
Naquela análise, eu também descartava como improvável a ensaiada alta dos juros nos EUA e chamava a atenção para a compra dos Treasuries (juros) longos...
Por estas e outras razões, considero o mais polêmico dos meus artigos, recusado por alguns sites e não lido por muitos, uma espécie de "filho pródigo" para mim! Passado já um ano no tempo e muita água por baixo da ponte (tanto no Brasil como nos mercados internacionais), eu cedo à vaidade de um "pai orgulhoso" e volto a exibi-lo aqui!
Confira: Manchas de Óleo na Fé e as Máculas da Fé no Óleo.
A bolsa estimula a cidadania! Compartilhe, divulgue e indique este texto pelas redes do LinkedIn, Twitter, Facebook e Google+.
Copyright © Sebastião Buck Tocalino - Todos os direitos reservados.