Seja qual for o resultado da inflação ao consumidor nos Estados Unidos (CPI) hoje, que deve vir “salgada” após o índice de preços ao produtor norte-americano (PPI) surpreender para cima ontem, o Ibovespa deve abrir o pregão desta quarta-feira (15) sob forte pressão.
Os recibos de ações (ADRs) da Petrobras (NYSE:PBR) caem quase 10% nesta manhã em Nova York, em reação à demissão de Jean Paul Prates do cargo de CEO da empresa. Não é que o mercado financeiro tinha “juras de amor” pelo senador; o problema foi a “mão pesada” do presidente Lula, que sacou Prates da cadeira.
No lugar, vem Magda Chambriard, em um sinal claro de que a estatal petrolífera vai entrar firme na transição, deixando cada vez mais de ser uma empresa de petróleo para se transformar em uma empresa de energia. Trata-se de um movimento natural, visto hoje em todo mundo, inclusive no mundo árabe, colosso das reservas naturais de petróleo.
Mas enquanto os investidores rememoram momentos passados entre a Petrobras (BVMF:PETR4) e governos do PT - quando a empresa tornou-se a mais endividada do mundo; os ativos de risco aguardam os números do CPI dos EUA (9h30). Por ora, o sinal positivo prevalece no exterior.
O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, espera que o CPI se mova para baixo, afastando-se das leituras elevadas nos primeiros três meses deste ano. O problema é que o PPI ontem mostrou a resiliência da inflação, que tende a ser repassada do produtor ao consumidor.
Isso, somado aos indicadores que apontam para uma desaceleração da atividade, reacende o receio de um cenário de estagflação - ou seja, inflação com baixo crescimento econômico. Aliás, além do CPI, saem as vendas no varejo dos EUA, no mesmo horário. A ver, então, se os dados de hoje irão evoluir para que haja um movimento do Fed na taxa de juros.