Segundo a Energy Information Administration (EIA), os Estados Unidos reduziram mais de 4 milhões de barris de suas reservas em altas históricas. O preço do petróleo — que caiu para cerca de US$ 46,00 por barril durante o pico de pânico com o Brexit — está agora voltando a aproximadamente US$ 50 por barril. Indubitavelmente, as notícias da redução de 4 milhões de barris (apesar dos reparos feitos nos oleodutos danificados na Nigéria e do retorno da produção em Alberta agora que os incêndios abrandaram) ajudaram a elevar o preço do petróleo antes de os mercados norte-americanos fecharem para o feriado do dia 4 de julho.
Solução para o excesso de petróleo?
Isto não significa que o problema de excesso de petróleo nos Estados Unidos está resolvido. Em abril, os EUA registraram um número recorde de 543,3 milhões de barris em estoque. Foi uma boa notícia para as refinarias que haviam saído de cena para ajustes e manutenção. Os acontecimentos inspararam rapidamente essas refinarias a aumentar a produção em preparação para uma procura maior de gasolina durante os meses de verão.
Estoques de petróleo continuam altos
Como resultado do excesso, os inventários de petróleo bruto estão em baixa de 3%, mas as reservas de petróleo estão, na verdade, 71 milhões mais altas do que no ano passado. Em comparação com o ano passado, a produção de petróleo nos Estados Unidos caiu, mas devido a preços relativamente estáveis a altos, essa tendência está começando a se reverter conforme os produtores reiniciam a produção nos poços passíveis de extração.
Estoques de gasolina estão elevados
Apesar da redução no petróleo, os estoques de gasolina permanecem altos e, na verdade, cresceram em 1,4 milhão de barris na semana passada. Este número foi maior do que o esperado e gerou preocupações. As refinarias podem ter superestimado a demanda do consumidor por gasolina, o que, durante o auge do verão norte-americano – estação que impulsiona o uso de automóveis –, poderia ser um sinal preocupante para os preços do petróleo e para a economia dos EUA.
O que esperar?
Com o início do mês de julho, o mercado parece estar afastando-se do nível de US$ 50 por barril, com os mercados futuros mostrando o Brent e o WTI abaixo de US$ 50 o barril. Estoques altos de gasolinas e outros produtos refinados, juntamente com deficiências percebidas nos mercados asiáticos, parecem estar impactando o petróleo.
É claro, há sempre a possibilidade de que os recentes atentados na Arábia Saudita causarão uma alta rápida nos preços do petróleo. Dois dos atentados ocorreram em mesquitas xiitas na cidade oriental de Al-Qatif (os únicos mortos ou feridos foram os próprios terroristas), que abriga contêineres enormes de armazenamento de petróleo e uma grande instalação de produção de petróleo bruto. Mesmo que nada perto das instalações petrolíferas da Saudi Aramco tenha ficado qualquer tipo de perigo, não seria nenhuma surpresa ver especuladores do mercado de petróleo mal-informados reagindo a esses incidentes recentes.