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Perspectivas de Relações Globais Mais Harmoniosas Cria Otimismo, mas Há Limites!

Publicado 09.11.2020, 07:26
Atualizado 09.07.2023, 07:32
IBOV
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A vitória democrata nos Estados Unidos, maior economia do mundo, elegendo Joe Biden para Presidente, irradia uma sensação de distensão nas relações internacionais globais e cria otimismo mesclado de euforismo ao supor perspectivas de convivência menos conflituosas e imprevisíveis entre as principais economias e organismos constituídos.

O “mundo deu uma relaxada” para acompanhar as eleições americanas e isto provocou movimentos abruptos, certamente nem todos assertivos, no mercado financeiro global, com comportamentos mais ou menos intensos em cada um dos países, mas todos alinhados no otimismo.

Houve excessos? Certamente sim!

É de se supor momento subsequente estressante, embora não se duvide do resultado, já que a transição não deverá ser pacífica dada a relutância do Presidente Trump em aceitar a derrota e buscar a judicialização.

Afora este ponto, os Estados Unidos convivem com a intensa 2ª onda da pandemia do covid, a exemplo de outras grandes economias globais, e este fato voltará agora às manchetes e muito provavelmente, motivará avanços no Congresso americano visando a aprovação do novo programa de suporte da economia face aos danos da pandemia.

No radar estará, a partir do ano que vem a reconstrução das relações com os principais organismos que reúnem as nações em torno das mais diversas causas, e que foram abruptamente rompidos pelos Estados Unidos dentro da política de conflitos do Presidente Trump.

Há efetivamente, um sentimento de o mundo será melhor com convivência mais harmoniosa.

Contudo, devemos estar atentos para os ajustes sequentes consequentes da “volta a realidade” mais efetiva e real de cada economia, e isto passa necessariamente pelo Brasil que repercutiu intensamente, até além do razoável, e mitigou momentaneamente seus riscos latentes, “como se tudo estivesse resolvido” sem que haja razão para este comportamento.

A Bovespa recuperou os 100 mil pontos, pode ir um pouco além, mas não muito, os investidores estrangeiros não devem alterar suas percepções acerca do Brasil, que deve continuar pouco atrativo.

O dólar que vinha com seu preço estressado/especulado e demandado como refúgio para preservação de valor de recursos no mercado futuro, não necessariamente repercutindo demanda efetiva no mercado à vista, mas sim excesso de operações de day trade e consequente intensificação de volatilidade, teve um hiato neste comportamento, e ao “relaxar” acabou por depreciar-se firmemente frente ao real, atingindo o preço de R$ 5,3775.

Naturalmente, não se espera que se estabilize neste preço, deve ter correção com rodada de apreciação frente ao real, visto que os riscos fiscais do país continuam recomendando muita cautela, embora a eleição do democrata nos Estados Unidos possa sugerir redução de risco global, mas o Brasil tem riscos muito próprios e pontuais.

A mudança do comando nos Estados Unidos não fará o Brasil retomar atratividade aos investidores internacionais, esta é a “lição de casa” que o Brasil deve fazer para tornar-se atrativo e há um longo percurso e desafios dantescos para que isto se torne factível.

O Brasil adotou a estratégia, quase única para angariar atratividade aos investidores e incentivar os empresários brasileiros, do “câmbio alto e juro baixo” que pelo noviciado perdeu-se em seus parâmetros e não conquistou seus objetivos mais imediatos, provocando benefícios adicionais ao setor do agronegócio, já aquecido pela demanda internacional, e causando forte impacto inflacionário pelo rebote dos efeitos do preço do dólar na cadeia de produtos alimentares de elevado consumo pela população.

Evidentemente, a despeito de não ter motivado incremento nos investimentos externos e nem internos, trouxe o benefício ao governo no custo de carregamento da exuberante dívida pública.

Enquanto o governo não conseguir identificar melhor o ponto de equilíbrio entre a taxa de câmbio e a taxa de juro, haverá distorções neutralizantes nas decisões de investidores.

É absolutamente previsível que o Brasil seja mais açodado nas questões ambientais pelo novo governo americano, intensificando o alinhamento global neste quesito desgastante ao país, e este fato pode ter repercussões nas relações comerciais.

A economia brasileira emitiu sinais de recuperação, mas na realidade não se sabe o quão importante nisto tudo tem sido os programas assistenciais do governo face à pandemia da covid, e, desta forma estando o governo num “corner”, pois sabe da necessidade da continuidade do benefício para não intensificar a miséria, mas não tem recursos e ainda não identificou fontes de financiamentos que evitem o rompimento do teto orçamentário.

Os riscos brasileiros continuam os mesmos, portanto nada mudou!

Portanto, o otimismo ocorrido foi justificável, mas para o Brasil há limites!

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