Os dois lados do Atlântico
Depois de um primeiro semestre anêmico, PIB americano registrou 2,9 por cento de crescimento no 3T. Exportações ajudaram. Impacto na veia no mercado de títulos, com fortalecimento do case do ciclo de alta de juros por lá.
Reflexo se estende ao câmbio, com dólar na máxima de sete meses com relação a uma cesta das principais divisas.
Bolsa, por lá, pouco se move, mas bom dado econômico combinado com a reversão de tendência dos resultados corporativos devem contribuir para sustentar os (caros) níveis de valuation. Que venham os juros.
Já na Europa, resultados ruins e temores com relação ao desempenho econômico do bloco ante a perspectiva de retirada dos (inócuos) estímulos do Banco Central Europeu ditaram a semana.
Não poderia ser maior o contraste entre os dois lados do Atlântico.
Margem de erro
Cresce a percepção de que caminhamos para um mundo de menos estímulos monetários — nos EUA, porque são cada vez menos necessários; na Europa, porque a munição acabou.
Não passamos incólumes por aqui. Em meio às turbulências do noticiário doméstico e da melhora do panorama internacional, nosso juro local de longo prazo subiu quase 0,3 ponto percentual na semana.
Quem dera a margem de erro do Datafolha fosse desse tamanho.
Cenário não mudou: com redução do juro básico e avanços no front fiscal, perspectiva para o prefixado segue excelente por aqui.
Empurrãozinho
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Bessias, é você?
Ilan Goldfajn é um cara sem preconceitos: se precisar lançar mão de instrumentos para intervir no câmbio, fá-lo-á. Mas o câmbio é flutuante — acrescenta —, e sua tendência será respeitada.
“Só use se precisar”. Bessias foi realocado no BC?
A ausência de preconceitos é absoluta aqui: inclui a possibilidade de simplesmente deixar o mercado se ajustar. Num passado recente, isso seria máxima heresia.
A velha ladainha
Governo segue trabalhando em cima de alternativas para desatar os nós das concessões aeroportuárias problemáticas deixadas por Dilma.
Torço para que não se permitam cair na ladainha de que, caso os concessionários não sejam afagados, investidores fugirão dos próximos leilões.
Se o fizerem, voltarão a sinalizar que o governo absorve o risco do negócio, o que pode se traduzir em nova rodada de lances irresponsáveis nos leilões vindouros.
Quebrem o ciclo: que os ofertantes sejam responsáveis pelas premissas que assumem.