De acordo com informações do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em 2020, as cotações tanto do cordeiro vivo quanto da carne devem seguir em patamares similares aos observados em 2019. Apesar de as perspectivas, de modo geral, serem favoráveis para o setor cárneos, o consumo nacional da proteína de origem ovina tente a ficar próximo e/ou até mesmo abaixo do registrado no ano anterior.
No geral, os casos de Peste Suína Africana (PSA) na Ásia devem continuar favorecendo as vendas externas das principais proteínas consumidas no mercado brasileiro (bovina, suína e de frango). No mercado doméstico, o consumo de carnes também pode ser firme, tendo em vista projeções indicando cenário macroeconômico favorável em 2020. De acordo com o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central (BC) na segunda-feira, 13, a expectativa é de que o PIB nacional cresça cerca de 2,3% neste ano.
No entanto, para a proteína ovina, carne brasileira com o menor marketshare, espera-se ligeira redução de 0,4% no consumo de 2019 para 2020, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Assim, o consumo da proteína no Brasil deve passar de 550 gramas per capita em 2019 para 548 gramas em 2020. Vale lembrar que grande parte dessa demanda doméstica, por sua vez, deve ser atendida via importações, uma vez que a produção ainda é incipiente no Brasil, o que torna a carne ovina importada mais competitiva.
De modo geral, verifica-se que, mesmo com a economia dando sinais de recuperação, a concorrência com a proteína importada e a falta de uma ovinocultura industrial estruturada limitam reajustes expressivos nos valores do cordeiro vivo e da carcaça. Diante disso, consumidores têm dificuldades em absorver preços maiores e acabam migrando para outras fontes de proteínas mais tradicionais e com preços mais baixos.