O indicador econômico mais importante hoje será a folha de pagamentos não-agrícolas dos EUA (payroll). Valores superiores ao esperado serão positivos para o dólar. Também sai hoje a taxa de desemprego nos EUA: valores baixos significam um mercado de trabalho mais forte e, portanto, são positivos para o dólar também.
Ontem, o mercado foi negativo no exterior e sentimos o movimento de aversão a risco no mercado de câmbio. Os investidores também digeriram a sinalização do Banco Central sobre reduzir a velocidade de alta dos juros, o que poderia levar o ciclo de aperto a terminar em patamar mais baixo do que o previsto por parte dos analistas. Com isso, reduziria o retorno potencial oferecido pela divisa brasileira.
Com o diferencial de juros entre Brasil e exterior já alcançado com o aperto monetário agressivo promovido pelo Banco Central, o cenário global e o debate fiscal interno são agora mais relevantes para os rumos da taxa de câmbio no curto prazo do que o patamar final da Selic.
O dólar à vista subiu 0,41%, fechando na venda a R$ 5,2977. A moeda americana se manteve abaixo da resistência psicológica dos R$ 5,30.
O mercado deve manter a volatilidade no decorrer do ano devido às incertezas globais, a política monetária norte-americana, eleições brasileiras e seus potenciais desdobramentos para o campo fiscal e aumentos de Selic, mesmo que menores do que o esperado.
O índice DXY do dólar, que mede a variação da divisa americana ante uma cesta de seis rivais fortes, recuou ontem em movimento puxado pela forte valorização do euro. A moeda comum se beneficiou de comentários lidos como hawkish da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde. O DXY fechou em baixa de 0,58%, aos 95,379 pontos.
A valorização cambial vista neste ano ocorreu em meio ao retorno do fluxo estrangeiro para o Brasil, num contexto amplo de demanda por ativos de mercados emergentes. Mas precisamos olhar para situações que podem puxar a taxa de câmbio para cima: Covid, guerra e inflação mundial preocupam.
Bons negócios e ótimo final de semana, leitores!