Nas últimas semanas, o mercado manteve os olhares atentos aos resultados das eleições presidenciais norte-americanas. Com Biden eleito, espera-se que novos pacotes de estímulos sejam aprovados e que a política externa americana seja mais equilibrada a partir de agora. Porém, um detalhe importante preocupa aqui no Brasil: a gestão da dívida pública.
Não é preciso explicar em detalhes o cenário causado pela pandemia do Coronavírus e nem se aprofundar demais na questão do equilíbrio fiscal, mas algumas coisas são importantes de serem destacadas. Com a chegada de Paulo Guedes ao Ministério da Economia, estava em curso uma equalização das contas públicas. Projetos de reforma entraram na pauta da Câmara e do Senado, a Previdência geraria uma economia da ordem de R$800 bilhões e todos estavam confiantes com o futuro do país.
O problema é que a pandemia chegou e praticamente obrigou o governo a abrir os cofres. Fora o auxílio emergencial, a oferta de crédito foi bastante expressiva. Mas, não existe almoço grátis, certo? E é aí que o problema reside. De onde virá o dinheiro que pagará a conta?
É por isso que os investidores estão preocupados com um possível afrouxamento da política liberal instituída por Paulo Guedes. Hoje o mercado está cobrando prêmios mais altos para investir em títulos públicos e privados de médio e longo prazo. Tudo isso em um momento no qual o Tesouro encontra dificuldades para rolar a dívida, ou seja, emitir títulos novos para pagar os antigos.
O cenário que se apresenta pode colocar o país à beira de uma crise fiscal que, sem dúvida, afetará a sociedade e os mercados. Há, inclusive, quem fale na volta da hiperinflação, algo que pode desestabilizar diversos setores produtivos na nossa economia.
Recentemente, Deutsche Bank e FMI emitiram comunicados alertando para a importância de manter o teto de gastos como âncora fiscal. Caso a regra seja quebrada, o prêmio de risco pode subir de forma exponencial fazendo com que o dólar continue alto e a dívida saia do controle.
Mas, e os seus investimentos? Como ficam no meio deste cenário?
Com uma possível escalada do dólar e os impactos no Brasil, é fundamental que o investidor comece a olhar para fora do país na hora de diversificar a carteira. Neste sentido, BDR’s, fundos com exposição internacional ou até mesmo uma conta no exterior podem ser boas alternativas.
Se você ainda é iniciante e não sabe bem como se proteger, busque a ajuda de um profissional e procure entender esses movimentos. No futuro, sem dúvida, isso fará toda a diferença nos seus resultados!