Eu estou aqui hoje para contar uma parte da minha trajetória no mercado financeiro, que definitivamente podemos usar como aprendizado para todas as áreas nas nossas operações.
O primeiro curso que eu fiz sobre análise técnica foi em 2010, de forma presencial em Campinas. Na sala, tinha umas 50 pessoas e somente eu e uma amiga de mulheres. Quando perguntávamos sobre as esposas e filhas aos colegas de classe, a resposta era sempre a mesma: “ela não se interessa pelo mercado porque é muito agressivo”. Na época, isso me chamou a atenção, mas, não fui atrás para ter acesso aos números de mulheres na bolsa e não existia tanto conteúdo online sobre renda variável como temos hoje para termos informações e aprendizados.
Nesse mesmo período, eu trabalhava durante o dia e fazia faculdade a noite. Então, por não dispor de muito tempo, eu fazia somente operações de Swing Trade, em que o objetivo do investidor são as operações em curto e médio prazo.
Além disso, eu morei na Austrália e, quando voltei para o Brasil, resolvi tentar também o day trade em mini contratos, ao invés de procurar emprego na área que trabalhava antes.
Eu nunca tinha participado de salas ao vivo, até então. Um amigo me indicou uma sala para acompanhar o pregão. Quando fiz meu cadastro no site, escolhi um apelido que não deixava muito claro se eu era mulher ou homem, por receio de ser tratada “diferente” pelo pessoal da sala e analistas.
Porém, um dia soltei um "obrigada" na sala. No mesmo momento, a quantidade de mensagens de afeto e admiração por eu ser mulher e ser day trader me impressionou.
Passado um bom tempo, recebi a proposta para ser analista e tocar uma sala ao vivo - mais uma vez, com o receio de aparecer ao vivo e ser mulher em um mercado tão masculino me deixou com um pé atrás.
No entanto, como eu já tinha tido uma boa experiência no passado, em relação a isso, resolvi que iria com a cara e a coragem de mostrar todo meu conhecimento e experiência com profissionalismo, como qualquer analista faz.
O resultado foi surpreendente e eu não consigo nem encher uma mão contando as vezes em que tive comentários machistas ou desagradáveis por assumir uma posição tão exposta sendo mulher.
Em 2020, eu engravidei. Adivinhem o que passou pela minha cabeça? Receio, novamente, por ter que ficar ausente, com medo de ser “excluída” no período de licença maternidade. E mais uma vez, o mercado e as pessoas que trabalham comigo, me provaram que realmente isso era só um preconceito da minha parte e que não afetou em nada meu relacionamento ou meu cargo na empresa.
E por que eu contei tudo isso?
Para incentivar você, mulher, a estudar e aprender a investir. Você que é mulher, mãe, avó, esposa e filha, a fazer como eu fiz e vir com a “cara e a coragem” para começar a investir em ações, em mini contratos, em commodities, ou qualquer tipo de investimento, sem medo de ser julgada!
Para ajudar ainda mais nesse processo, participe dos grupos e acompanhe todas as novidades e conteúdo que o movimento #BolsaPorElas, da Clear Corretora, disponibiliza para vocês!
Esse movimento tem o principal objetivo de mostrar que toda mulher tem uma história desafiadora, de inspirações e superações que possam incentivar outras mulheres a se interessarem pelo mercado.
De 2020 pra cá, o número de mulheres com perfil agressivo subiu 6 pontos percentuais e 33% das mulheres têm mais aderência com ações e bolsa de valores, de acordo com uma pesquisa encomendada pela XP Inc (NASDAQ:XP)., realizada pela Mosaiclab.
Os números de mulheres registrados na B3 (SA:B3SA3) em 2012 era de 148.563. Em 2022, está em 1.192.491 e queremos cada vez mais mulheres no nosso time, aprendendo e investindo bem!