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Paládio: Restrição na Oferta Pode Impulsionar os Preços neste Ano

Publicado 15.02.2019, 06:16
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O metal mais valioso do mundo está prestes a ficar mais caro em meio à queda de braço entre fabricantes de automóveis europeus e chineses por sua oferta.

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O paládio, metal usado na fabricação de catalisadores responsáveis por reduzir as emissões provenientes de motores a diesel, atingiu sua máxima histórica de US$ 1.440,35 por onça no mercado à vista, no dia 17 de janeiro, por causa da sua escassez global.

A expectativa é que o metal continue sendo pressionado pelos fabricantes de carros, que enfrentam uma grande diversidade de normas rígidas de emissões, bem como testes mais rigorosos e consequências mais sérias caso os padrões não sejam atendidos, declarou a Johnson Matthey PLC (LON:JMAT), empresa especializada em matérias-primas.

Déficit de oferta deve crescer drasticamente

Em uma perspectiva sobre os Metais do Grupo Platina (MGP) publicada nesta semana, a JM afirmou:

“O déficit no mercado de paládio deve crescer drasticamente em 2019, diante da previsão de uma legislação mais estrita envolvendo emissões, o que deve estimular altas de dois dígitos na demanda do paládio por parte dos fabricantes de automóveis chineses e europeus.”

“Apesar da possibilidade de haver um crescimento no reaproveitamento de sucatas de catalisadores automotivos, a taxa de crescimento de insumos secundários deve ser menor do que em 2018, enquanto a expectativa para as remessas primárias é de estabilidade”.

A perspectiva da JM saiu na mesma semana que os resultados trimestrais da North American Palladium (TO:PDL), que registrou uma receita líquida recorde de US$ 119,2 milhões para 2018 ante US$ 36,1 milhões em 2017.

Jim Gallagher, presidente e CEO da North American Palladium, declarou:

“Nossa maior produção em minas subterrâneas de todos os tempos, combinada com a alta dos preços do paládio, proporcionou os melhores resultados financeiros da história da companhia."

Menos oferta por parte dos ETFs de paládio

O prognóstico da JM disse ainda que, como os ETFs reduziram sua posse de paládio para 730.000 onças ao final do ano passado, esses fundos não possuem mais metal físico para preencher a lacuna entre a oferta e a demanda industrial.

Na máxima de 2014, os ETFs possuíam cerca de 3 milhões de onças de paládio.

Nos quatro anos subsequentes, o resgate dessas posses aumentou a liquidez em mais de 2,2 milhões de onças. Mesmo assim, não foi suficiente para evitar uma série de déficits no mercado e uma restrição gradual na disponibilidade física.

Ainda segundo a JM:

“Supondo que o preço do paládio continue alto, nossa expectativa é que haja mais alguma realização de lucro nos ETFs em 2019. Mas é pouco provável que isso seja suficiente para evitar um aumento significativo no déficit.”

Normas chinesas e europeias impulsionam a demanda

Pelo lado da demanda, a legislação mais rígida referente a emissões e regimes de testes veiculares mais estritos estão impulsionando a escalada do paládio para catalisadores na maioria dos grandes mercados automotivos. Neste ano, o impacto sobre a demanda será particularmente significativo na Europa e na China, segundo a JM.

As normas de emissões em condições reais de direção na União Europeia e na China exigem testes de direção em ambientes abertos sob várias condições, além dos testes laboratoriais já existentes. Para que os catalisadores cumpram essas rígidas normas, não necessários volumes maiores de paládio.

Nas palavras da JM:

“A dificuldade técnica de atender essas novas regulamentações, bem como o risco comercial de não fazê-lo, faz com que o conteúdo de MGP nos sistemas de catalisadores de gasolina na Europa cresça de forma bastante substancial, embora haja uma variação considerável nas estratégias de volumes entre as empresas."

“Talvez sejam necessários alguns anos até que as empresas automotivas da Europa consigam concentrar novamente suas atenções no reaproveitamento, pois a UE está implementando normas que elevarão a intensidade, a frequência e a duração dos testes de emissões."

Substituição pela platina não é tão provável

Os preços recordes do paládio levantaram dúvidas quanto à possibilidade de a platina ser capaz de atingir as mesmas máximas estonteantes alcançadas por seu metal-irmão.

O preço à vista da platina, metal usado para purificar emissões de diesel, atingiram as mínimas de dois meses de US$ 779,30 por onça nesta semana. Já os futuros de platina caíram ainda mais, despencando para as mínimas de cinco meses, a US$ 785,55.

O analista Christopher Nicholson, do Morgan Stanley, afirmou que, apesar dos diferentes requisitos dos catalisadores, os altos preços do paládio podem acabar incentivando os fabricantes automotivos a mudar para a platina.

A JM, no entanto, argumenta que seus testes mostraram que a platina não apresenta um desempenho tão bom quanto o paládio, o que limitaria a probabilidade de uma substituição significativa. Mas o contrário era possível, já que o paládio poderia substituir mais facilmente a platina com base nas necessidades dos motores à gasolina, indicou a empresa.

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