A queda de cinco meses dos preços do paládio e da platina encerraram a longa sequência de ganhos que durou quase três anos nos dois metais autocatalisadores.
Embora a escassez de semicondutores que afeta a produção mundial de carros indique mais dores para os metais do grupo platina, também chamados de PGMs, os gráficos técnicos indicam condições sobrevendidas que podem gerar oportunidades de compra.
A questão é quando abrir essas posições de compra.
Era comum recorrer ao paládio e à platina quando o cenário não era favorável para o ouro ou a prata. Mas a longa sequência no vermelho dos PGMs está fazendo com que os investidores de metais preciosos pensem melhor no momento adequado para novas entradas.
Na janela de negociações da Ásia, o o preço à vista do paládio girava em torno de US$1975 por onça, uma queda de quase US$960, ou 33%, em relação ao fechamento de abril, de US$2934.
O paládio à vista superou a barreira dos US$3000 em abril, atingindo máximas recordes acima de US$3014. Ele é o metal preferido para reduzir emissões e melhorar a performance de carros à gasolina.
O preço à vista da platina estava em torno de US$938 na quarta-feira, antes do pregão em Nova York, em queda de US$253, ou 21%.
A platina atingiu sua máxima de seis anos de US$1228 em abril. Sua máxima histórica foi tocada perto de US$1881 em abril de 2011. O paládio é o catalisador e purificador preferido de emissões de motores à gasolina.
A demanda pelos dois catalisadores automotivos caiu drasticamente neste ano, com a escassez crônica de microchips e outros componentes, devido aos distúrbios da pandemia.
A escassez de semicondutores que atinge toda a indústria está causando enormes quedas de produção de automóveis ao redor do mundo, e entidades do setor dizem que o problema só tende a piorar, segundo a Reuters.
Diversos fabricantes de carros fecharam temporariamente ou reduziram a operação das suas linhas de produção devido à falta de circuitos integrados.
Elas as principais montadoras está a americana General Motors (NYSE:GM) (SA:GMCO34), que anunciou, no início do mês, que estava reduzindo sua produção em oito das suas quinze linhas de montagem, devido ao impacto da falta de chips na fabricação de veículos utilitários e picapes.
A Ford (NYSE:F) (SA:FDMO34) também anunciou recentemente que estava reduzindo a produção de picapes pelo mesmo problema. A gigante automotiva relatou que suas vendas de agosto caíram 33% devido aos transtornos na cadeia de fornecimento.
A Toyota (NYSE:TM) (SA:TMCO34) também declarou no mês passado que cortaria a produção global no Japão e América do Norte em 40% por dois meses a partir de setembro, reduzindo a oferta em 360.000 somente neste mês.
Por isso, é um bom momento para se posicionar em PGMs?
O analista técnico indiano Sunil Kumar Dixit afirma que os gráficos apontam nessa direção.
Dixit disse que a platina à vista rompeu para baixo uma consolidação de US$1035-965, abrindo espaço para uma queda proporcional de US$895, desde que os preços se firmem abaixo da média móvel simples de 200 semanas a US$923.
"O IFR sobrevendido com leitura de 4/5 para a platina à vista abre espaço para uma reação corretiva desde as mínimas, potencial alta até o suporte rompido que pode atuar como resistência a US$950-965. Compras sustentadas acima de US$965 podem ajudar a platina a alcançar US$1035”, declarou Dixit.
No paládio, ele observou que o preço à vista havia perdido US$1078 em relação à máxima recorde de US$3014 em abril.
Uma fraqueza maior pode expor o metal à mínima de 2020 de US$1880, antes de pontos inferiores, como US$1852 e US$1757, referentes às médias móveis de 50 meses e 200 semanas, respectivamente.
“O nível extremamente sobrevendido do paládio à vista, com leitura de 0,2/0,07 no IFR, indica possibilidade de correção e reteste da faixa de US$2170-2250”, segundo Dixit.
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