Em 2022, o mercado de ovos deve seguir contando com o cenário favorável para o consumo. Com o crescimento lento da economia, de apenas 0,36% para o PIB, conforme estimativas do Banco Central (divulgado em 03 de janeiro de 2022), o poder de compra do brasileiro ainda não deve apresentar recuperação significativa, o que favorece a busca do consumidor pelo ovo – que é uma opção de proteína mais em conta. Por outro lado, o custo de produção também tende a se manter elevado, pressionando as margens da atividade.
Com os valores das carnes bovina, suína e de frango em patamares elevados, os ovos têm estado cada vez mais em evidência como fonte de proteína alternativa. Esse contexto já impulsionou o valor dos ovos ao longo de 2021 e esta tendência deve se manter em 2022.
De acordo com estimativas da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o consumo per capita de ovos foi estimado em 255 unidades em 2021, podendo chegar a 262 unidades em 2022. A produção, por sua vez, deverá crescer 3%, passando de cerca de 54,5 bilhões de ovos em 2021 para 56,2 bilhões em 2022.
O segmento produtivo tende a controlar a produção e a oferta de ovos, no intuito sustentar os preços de venda, ao menos próximos dos verificados em 2021. No entanto, o cenário é desafiador, devido à dificuldade de absorção de preços altos na ponta final.
No que tange os custos de produção, apesar da expectativa de aumento na produção tanto para o milho quanto para o farelo de soja, a demanda por esses produtos também continuará elevada, limitando a possibilidade de quedas expressivas nas cotações, especialmente no primeiro semestre deste ano.