Entramos em outubro com uma crise de energia mundial se formando e gargalos na oferta de suprimentos. Um quadro bem desfavorável para os emergentes, principalmente se considerarmos a proximidade do tapering. E, por aqui, a coisa ainda está mais complicada devido à percepção do risco fiscal e à falta de confiança do investidor.
Depois de sete sessões seguidas de alta, o dólar fechou a sexta-feira em queda de 1,42%, cotado a R$ 5,369 na venda. O leilão de swap extra nesta sexta feira ajudou o real a não se desvalorizar mais no primeiro dia de outubro.
No cenário econômico a coisa continua complicada para o lado do Brasil. Os fatores para isso são: os riscos com a situação da China, crise de energia elétrica e a questão da Evergrande (OTC:EGRNY), o timing do tapering e possível redução de juros nos EUA, a inflação e o ritmo de aumento da Selic, possíveis riscos fiscais com a reforma de IR, precatórios e novo bolsa família, previsão de PIB mais baixo para 2022 e para finalizar a extensão do auxílio emergencial.
Ao mesmo tempo em que as previsões para a atividade econômica são revisadas para baixo, o mercado aposta em alta dos juros, portanto outubro deve ser um mês volátil.
Na sexta feira o dólar fechou abaixo de 5,40 reais, com operadores aproveitando a fraqueza da moeda no exterior para realizar lucros depois de a cotação cravar na véspera sete pregões de alta e fechar no pico em cinco meses.
Olho nos EUA, a agência de classificação de risco Fitch disse nesta sexta-feira que a classificação de crédito soberano "AAA" dos Estados Unidos pode ser pressionada se os parlamentares federais não resolverem o limite da dívida em tempo hábil, ressaltando que a ameaça política e a flexibilidade de financiamento reduzida podem aumentar o risco de inadimplência. A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, alertou que o governo pode ficar sem dinheiro até 18 de outubro se o teto da dívida não for elevado ou suspenso, levando à primeira inadimplência da história.