Vivemos uma fase muito conturbada na política e na economia mundial, não temos nenhum cenário de guerra mundial armamentista entre países, mas temos uma situação muito mais silenciosa e de proporções incalculáveis. Temos:
Tudo isso faz você pensar que não há como fugir da volatilidade e do risco de mercado, que todos os ativos financeiros vão oscilar no campo positivo e no campo negativo em algum momento, sem termos a mínima previsão de para onde os preços vão.
Bem, você pode estar totalmente correto pensando dessa forma.
Hoje o investidor, querendo ou não, assiste seus investimentos em ações saírem de uma zona de lucro para uma situação de prejuízo em poucos dias de pregão.
Esse mesmo investidor, porém mais conservador, verifica seus investimentos em renda fixa rendendo cada vez menos, pois a taxa básica de juros do país, está cada vez mais baixa.
Por essas e outras, o investidor olha para o extrato dos seus investimentos e se pergunta:
Pois bem, agora entramos no tema principal do nosso artigo de hoje, vamos falar sobre o ouro! Vamos falar hoje de umas das “moedas” de troca mais antiga da história de toda existência humana, mas que ainda possui grande valor, estabilidade nos preços e boa liquidez.
Por que o ouro?
O ouro chama muito a atenção de amadores e profissionais do mercado, pois além de ser um ativo financeiro, ele possui o que nós chamamos de garantia real (que é a peça ou “pepita” física e palpável), diferente de um investimento em ações ou CDBs do banco (onde você investe literalmente em papeis) que a única garantia que você possui é a confiança de que aquela empresa existe fisicamente ou que o banco vai honrar com os valores mencionados naquele CDB.
No ouro é diferente, o ouro está na sua mão, na sua aliança, num presente que você tenha dado para sua esposa ou esposo ou até mesmo em artigos de luxo e decoração.
Mas o ouro, além de estética, possui pouca utilidade “funcional” em termos de força e resistência (em comparação com outros tipos de metais como aço, titânio ou o próprio ferro).
O fato é que independente de sua resistência ao calor e pressão, condutividade, peso ou durabilidade, ele ainda é um metal que possui um valor transcendente, que desde que o homem é homem, ele cultiva esse metal como reserva de valor, seja pela sua aparência imponente ou por suas várias utilidades.
Como investir em ouro?
De maneira resumida, hoje as duas principais formas de aplicar suas economias no ouro ou de investir no ouro por especulação, é por meio do ouro físico ou do contrato futuro.
A primeira opção é um pouco menos utilizada, a não ser que você trabalhe com joalheria. Se você não for joalheiro, você pode ficar exposto aos riscos de armazenagem ou estocagem, risco de roubo ou até mesmo de liquidez na hora de vender.
Hoje em dia, a forma mais utilizada para se investir no ouro é por meio do contrato futuro do ouro negociado na B3.
Se trata de um contrato padronizado, na quantidade de 250g de ouro por contrato, que possui liquidez razoável e você pode negociar quantos contratos desejar.
Sempre lembrando de fazer o cálculo da chamada de margem.
Se o preço do contrato estiver sendo negociado na casa dos R$200,00 por grama, por exemplo, você precisa lembrar de fazer a conta desse valor vezes a quantidade de 250, que é o equivalente a 250g de ouro.
Seguindo esse exemplo hipotético, com apenas um contrato de ouro da B3, você possui uma posição no valor de aproximadamente R$50.000,00 de ouro! Viu que legal?!
Só que o mais interessante não é isso. O mais interessante é que para se posicionar em R$ 50.000,00 no contrato futuro do ouro (possível de encontrá-lo pelo código OZ1D) você não precisa de R$50.000,00 na sua conta do banco ou corretora.
Para essa operação, ocorre o que nós chamamos de chamada de margem de garantia, num valor estipulado pela B3 e pela corretora, que hoje gira em torno de 10% a 20% do valor do contrato para a “posição”, dependendo da instituição.
Ou seja, para essa operação de um contrato mencionada acima, você precisaria de aproximadamente R$5.000,00 na margem de garantia, para operar 1 contrato do OZ1D (contrato futuro do ouro).
Agora vem outro ponto, operacional e ainda mais interessante: esses R$5.000,00 mencionados acima, para a chamada de margem, não precisam ser necessariamente em dinheiro. Você pode utilizar sua renda fixa como margem de garantia. Isso mesmo, você pode utilizar um CDB do banco, Tesouro Direto ou ações de alguma boa empresa, como margem de garantia para a sua nova posição no contrato futuro do ouro.
Não precisa se desfazer de nenhuma posição em outro ativo, para se posicionar no OZ1D. Mas é sempre bom se atentar aos vencimentos dos contratos que estão mais negociados. É sempre importante lembrar que hoje a entrega física das quantidades mencionadas em cada contrato, não é praticado, apenas a liquidação financeira no término da operação.
Sobre a garantia da estratégia ser rentável ou não, estamos falando de um ativo de renda variável, de alto risco, então ele oscila como qualquer outro ativo do mercado financeiro com boa liquidez.
O lado ruim de investir no ouro, é que historicamente falando, ele não tende a subir muito, infinitamente, como as ações de boas empresas ao longo do tempo. Como foi o caso das ações de Magazine Luiza (SA:MGLU3) por exemplo.
Se pegarmos o gráfico do contrato futuro do ouro negociado nos Estados Unidos, lá a medida e o preço levam em conta outro método e peso e é conhecida como Once troy, podemos notar que nos últimos 10 anos, o contrato futuro do ouro não subiu tanto, quanto o próprio Dow Jones por exemplo.
É como mencionamos anteriormente, tanto o ouro físico ou o ouro do mercado futuro, funcionam como ótimas reservas de valor em momentos de crise.
Se olhar esse mesmo gráfico que mencionei do “Gold Continuous Contract”, será possível notar que umas das suas maiores altas nos últimos 15 anos, foi na crise subprime dos Estados Unidos.
Essa foi a fase onde o mercado mundial estava em “desespero” desacreditando em todos os ativos do mercado financeiro e até mesmo desacreditando no mercado imobiliário.
Nesse caso, uma zona de escape e de segurança para milhares de investidores foi o ouro.
Por isso, os preços subiram tanto naquela época. Hoje o preço do contrato futuro negociado na B3 ou do contrato futuro negociado nos Estados Unidos pela Once Troy, estão relativamente altos pelos motivos mencionados no primeiro parágrafo deste artigo.
Conclusão
Portanto, fique atento para não comprar caro e ser obrigado a vender barato, simplesmente porque seguiu a manada que estava com medo de uma crise que não aconteceu ou porque seguiu amadores que não entendiam muito desse ativo que é tão complexo. Por mais que o ouro seja uma “moeda” mundialmente liquida, é necessário conhecer as tendências e para onde o mercado está indo, para evitar se desfazer de uma posição nesse ativo, com prejuízo.