O caráter defensivo do Ouro, ou seja, de proteger os investimentos em momentos de turbulência no mercado despertou o interesse dos compradores do metal nos últimos meses, principalmente com os últimos dados da economia da China mostrando as consequências da guerra comercial com os EUA.
O país asiático teve o seu pior ano em termos de crescimento dos últimos 28 anos. A atividade industrial também recuou e Pequim já começa a se movimentar para combater questões importantes como o desemprego e fechamento de pequenas indústrias. Várias medidas estão sendo tomadas, como a flexibilização e abertura para maior facilidade de investimento estrangeiro, redução dos impostos e ampliação da base de empréstimos numa tentativa de fomentar a economia.
Por outro lado, essa semana pode alimentar as esperanças dos investidores, já que o vice premier chinês visitará Washington para dar continuidade nas conversas entre as 2 maiores economias do planeta na busca por um acordo que possa ser benéfico para ambos os lados e pondo fim, quem sabe, nessa escalada de imposição de tarifas que vimos ao longo de 2018. Vale ressaltar que o encontro entre os presidentes ocorrido na reunião do G-20 em Buenos Aires em novembro foi proveitoso, já que ficou combinado a extensão de 90 dias no prazo para a imposição de novas tarifas dos EUA frente a 200 bilhões em produtos chineses. As conversas se desenrolam nesta quarta e amanhã. Dependendo do que acontecer, poderá trazer bastante movimentação nas Bolsas e no Ouro.
Falando em Ouro, partimos para a nossa Análise do Ativo. Notamos como no primeiro trimestre de 2018, a região que os preços se encontram agora, entre os 1298.50 – 1310.00 funcionou como um importante suporte, até ser rompida. No momento da análise, os preços vêm de um rally de alta e chegam para testar essa zona que poderá funcionar como resistência, se tivermos atuação dos vendedores.
Caso seja confirmada uma entrada de vendedores no mercado, poderemos ter descidas até os 1277.50 num primeiro momento e se for rompido, até os 1242.50 nos próximos dias. Já na ponta compradora, se eventualmente tivermos o efetivo rompimento da região mencionada, o mercado poderá adquirir força para testar a região que foi máxima nos anos de 2016, 2017 e 2018, compreendida entre 1357.50 – 1365.00.
No calendário econômico, ressaltamos a divulgação das taxas de juros dos EUA no final do pregão dessa quarta, às 17h de Brasília. Muito provavelmente não teremos alteração na atual taxa de juros americana em 2,5% ao ano, mas o mercado estará atento ao discurso do presidente do FED, Powell, 30 minutos depois em busca de pistas sobre uma possível continuidade na política de aperto monetário. Cogitam-se mais 2 aumentos dos juros ainda em 2019, mas alguns membros do FED já disseram que pelo atual cenário da economia mundial, apontando desaceleração, pode ser arriscado mais subidas dos juros.
Por fim, na sexta, às 11h30, teremos os importantes dados referentes ao emprego nos EUA. Vem pela frente mais um payroll, mas as tenções devem se voltar mesmo para o ganho médio por hora trabalhada. Como sempre, sendo uma das principais notícias do calendário econômico, deveremos ter alta volatilidade momentos após a sua divulgação.
Grande abraço e sucesso!