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A inflação nos EUA desacelera mais do que o previsto e se aproxima da meta do Fed.
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Enquanto isso, o ouro se recupera com a queda do dólar americano.
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Mas US$ 2.000 ainda são um obstáculo para o metal precioso.
Na terça-feira, os dados de inflação ao consumidor surpreenderam o mercado ao ficarem ligeiramente abaixo do esperado, provocando uma forte reação dos mercados financeiros. Isso se refletiu em ganhos expressivos nas bolsas de valores, bem como em uma desvalorização do dólar americano e uma queda nos juros dos títulos do Tesouro.
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O efeito em cascatatambém foi sentido no ouro, que se manteve na faixa de US$ 1.900-US$ 2.000 por onça. Além dos fatores macroeconômicos, os compradores de ouro encontraram apoio nos Bancos Centrais, que aumentaram a demanda em 14% na comparação anual, atingindo 800 toneladas no terceiro trimestre.
Do ponto de vista da análise técnica, o nível de resistência crítico continua em torno da marca de US$ 2.000.
Por que o mercado reagiu tão fortemente aos dados de inflação?
Analisando os dados do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) deste ano, uma tendência consistente emergiu de março a julho, com as leituras superando as projeções em 0,1%, exceto em março, que registrou uma exceção de 0,2%.
Os dados de terça-feira seguiram o mesmo padrão, com o CPI em 3,2%, abaixo da estimativa de mercado de 3,3%. O CPI núcleo, que exclui os itens mais voláteis, também ficou melhor do que o previsto, registrando 4%, contra 4,1% esperados.
Fonte: Investing.com
Diferentemente do período de março a julho, a reação do mercado aos dados foi intensa, com impactos no dólar americano, nos índices acionários, nos juros dos títulos e nas commodities. Este momento se destaca à medida que o Federal Reserve se prepara para uma decisão crucial.
Ele não só precisa definir o fim do ciclo de alta de juros, mas também deve sinalizar a possibilidade de uma mudança de rumo há muito esperada.
A expectativa de mercado predominante indica o início da redução dos estímulos monetários em maio do próximo ano, e qualquer melhora nos dados de inflação poderia antecipar essa mudança.
Investidores de olho em postura mais branda do Fed
O mercado de ouro está atento aos sinais de suavização da política monetária. Em uma análise recente, indiquei que um verdadeiro mercado de alta no ouro ainda pode estar em espera.
Apesar dos eventos em Gaza e dos dados favoráveis de inflação, o preço não ultrapassou consistentemente a barreira psicológica de US$ 2.000 por onça, reforçando a ideia de que uma mudança de rumo do Fed poderia ser o catalisador para o próximo mercado de alta.
Considerando uma perspectiva de longo prazo sobre os preços do ouro, um fator significativo em jogo é o aumento da dívida das economias ocidentais, liderado pelos EUA. A dívida do governo dos EUA já superou US$ 33,7 trilhões e deve aumentar mais um trilhão em breve.
Com grandes compradores estrangeiros mostrando interesse decrescente, a Moody’s está alertando sobre potenciais desafios fiscais, uma situação que favorece o ouro.
Visão técnica: ouro mantém nível de suporte
No início da semana, os preços do ouro mantiveram uma zona local de demanda localizada na região de preço de US$ 1.930 por onça, o que significa que a recente tendência de alta permaneceu dentro de uma consolidação de longo prazo.
A zona de resistência crítica está no nível já testado de US$ 1.970 por onça. Uma possível ruptura aqui poderia abrir caminho para outra tentativa de romper o obstáculo de US$ 2.000, uma tarefa que pode apresentar desafios no curto prazo, considerando os fatores mencionados.
Caso os compradores não consigam garantir esse rompimento, o cenário provável envolveria a continuação de uma tendência lateral dentro da faixa de US$ 1.970-US$ 1.930.
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Aviso: este artigo tem fins meramente informativos e não representa qualquer oferta ou recomendação de investimento.