- O ouro enfrenta um suporte em US$2900 após a recente queda.
- O IFR sinaliza possibilidade de correção.
- Fraqueza do dólar amplia a volatilidade do metal.
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O ouro iniciou a sessão de segunda-feira em recuperação, após uma queda expressiva na sexta-feira. Esse movimento não teve um fator específico como catalisador, especialmente considerando o feriado nos EUA e a ausência de eventos relevantes no calendário macroeconômico. Com os preços voltando à região crítica de US$2900, o comportamento do ouro nesse patamar pode definir a direção do mercado nos próximos dias. A configuração técnica da última sexta-feira reforça a necessidade de cautela, mas a ausência de uma continuidade na pressão vendedora sugere que a estratégia predominante segue sendo a compra em quedas. A dúvida que persiste é se o metal ainda recuará no curto prazo, ajustando os níveis de sobrecompra, ou se tentará buscar os US$3000 primeiro.
Sexta-feira foi um dia de reversão ou apenas um recuo temporário?
Na sexta-feira, o ouro recuou de forma intensa após falhar em superar a máxima histórica de US$2942, registrada no início da semana. O metal atingiu US$2940 antes de cair US$63, chegando à mínima de US$2877. Durante essa queda, rompeu uma região de suporte relevante entre US$2900 e US$2905, que agora está sendo testada por baixo e pode atuar como resistência. Caso o mercado não consiga fechar novamente acima dessa faixa, os vendedores poderão interpretar isso como um fortalecimento de sua posição no curto prazo, especialmente após a formação de um padrão de engolfo de baixa no gráfico diário.
Apesar desse movimento, a tendência primária segue altista, com o ouro registrando novos topos de forma consistente. No entanto, sinais de exaustão começam a aparecer. A questão agora é avaliar até que ponto os vendedores conseguirão exercer pressão adicional sobre os preços.
O ouro atingiu níveis extremos no Índice de Força Relativa (IFR), que vinha alertando para condições de sobrecompra em múltiplos períodos. Antes da queda de sexta-feira, o IFR diário estava próximo de 78, mas recuou para pouco abaixo de 70.
Além disso, o IFR semanal segue elevado, em torno de 75, e exibe uma divergência negativa em relação ao preço do ouro, já que não conseguiu acompanhar o novo topo da semana passada. Esse tipo de divergência pode sinalizar uma perda de força na tendência.
Já o IFR mensal permanece próximo de 80.
Esses fatores sugerem que um ajuste ou uma consolidação pode estar se formando, movimento que pode já ter sido iniciado com a reversão baixista de sexta-feira. Entretanto, a ausência de uma nova pressão vendedora significativa mantém muitos vendedores à margem – por enquanto.
Mesmo assim, as condições de sobrecompra no longo prazo, combinadas com a ação de preços recente, servem como um alerta para os compradores. No mercado, nada deve ser tratado como garantido.
O que está por trás da volatilidade no ouro?
O dólar parece estar no centro dessa movimentação. Apesar dos dados de inflação acima das expectativas divulgados na semana passada, a moeda norte-americana perdeu força após declarações mais moderadas de Trump sobre tarifas comerciais. Ao mesmo tempo, o euro encontrou suporte com sua disposição em negociar o fim do conflito na Ucrânia.
Recentemente, o ouro vinha se descolando da correlação histórica com o dólar e subindo mesmo com a valorização da moeda norte-americana. Esse movimento inverso parece ter sido um dos motivos para a forte liquidação do metal na sexta-feira.
A grande questão agora é se estamos no início de uma correção mais ampla.
Um ajuste técnico pode ser necessário para dissipar parte do excesso especulativo no mercado. Além disso, as declarações de Trump sobre sua intenção de encerrar os conflitos em Gaza e na Ucrânia podem reduzir a busca por ativos de proteção, caso se concretizem. Por outro lado, seu viés protecionista e planos de aumento de gastos públicos podem manter a inflação elevada nos EUA, postergando cortes de juros e sustentando os rendimentos dos títulos norte-americanos.
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