Ouro e o Referendo Italiano
MERCADO INTERNACIONAL - OURO
Com efeito imediato do referendo italiano e sua decisão por não seguir uma reforma propensa a medidas de controle de gastos, o ouro disparou na madrugada batendo US$1187, com forte desvalorização do euro, sendo esta a maior toada da madrugada, onde investidores entraram vendendo euro e comprando ouro.
No entanto, este foi um movimento de day-trade (operação que se começa e termina no mesmo dia), altamente especulativo, considerando que a onça já cai ao longo do pregão europeu, a níveis de US$1164, muito próximo do seu suporte US$1160.
As bolsas europeias já operam no azul, demonstrando que o Não as medidas que buscavam austeridade ainda não representam uma turbulência, mas onde há fumaça a fogo.
Coloco isso por que com a derrota do referendo, o primeiro-ministro, Matteo Renzi, renunciou, fato este que ele já havia anunciado que faria caso suas medidas não passassem, dando agora espaço a possíveis novas eleições que podem colocar no poder partidos contrários ao bloco europeu, causando maior instabilidade a região e fragilidade econômica.
Logo, os olhos devem estar voltados ao pronunciamento do Banco Central Europeu esta semana, que provavelmente deverá continuar com suas políticas de estímulos, tendo em vista que os últimos indicadores divulgados ainda estão distantes do esperado.
MERCADO NACIONAL - OURO
BM&FBOVESPA – R$130,49 (Fechamento 02/12 +0,76%)
DÓLAR
Dólar fechou sexta-feira cotado acima de R$3,47 com valorização de 0,14%, registrando alta acumulada no inicio do mês e 2,50%, com continuidade de movimento de aversão ao risco mediante riscos políticos que estão emergindo no cenário atual.
Internamente o foco segue sendo o embate entre o Legislativo e Judiciário, além da delação da Oderbrecht e manifestações que ocorreram neste domingo, o qual alvo central, além do problema estrutural de corrupção, foi Renan Calheiros (presidente do senado) e Rodrigo Maia (presidente da câmara).
Já na europa, ao longo do final de semana, tivemos situações contrárias na política, onde na Austria foi eleito com larga vantagem um candidato pró-europa, enquanto o referendo italiano a postura foi contrária a reforma constitucional proposta pelo primeiro-ministro, o qual renunciou após suas medidas não serem aprovadas.
Consequentemente, considerando o grau de endividamento italiano e que o país é a terceira maior economia do bloco, há possibilidade de avistarmos turbulências a frente ainda não precificadas pelo mercado.
O que vemos no agora é que o mercado europeu não entendeu este resultado como todo mal, tendo em vista que agora um novo governo se formará, não representando em sí, que não haverá adoção de nenhuma medida de controle de gastos por parte da nova equipe economica do país, tanto que, as bolsas europeias, no começo do dia, operam no azul.
Expectativa maior ficará para semana que vem com a reunião do comitê de política monetária dos EUA, o qual baterá o martelo em relação ao aumento da taxa de juros americana, portanto, se não tivermos nenhuma surpresa no petróleo ou da política brasileira, poderemos ver um dólar mais calmo ao longo desta semana, caindo para níveis próximos de R$3,40.