Os bancos centrais mundiais adquiriram 1,136 toneladas de ouro em 2022, fazendo a demanda pelo metal atingir seu maior patamar desde 2011. O número, que representa o maior volume de aquisições dos bancos centrais em 55 anos, é 152% maior do que as 450 toneladas adquiridas em 2021.
Bancos centrais adquiriram maior volume de ouro em 55 anos em 2022
A demanda pelo ouro disparou até a máxima de 11 anos em 2022, após os bancos centrais adquirirem o maior volume do metal em mais de cinco décadas. De acordo com o World Gold Council (WGC), a demanda anual do ouro cresceu 18%, para 4,741 toneladas em 2022, a maior desde 2011. Esses números não abrangem as negociações de balcão organizado (OTC).
A alta recorde de demanda foi impulsionada pelas “colossais compras realizadas pelos bancos centrais, juntamente com as aquisições feitas por investidores de varejo”, afirmou o WGC. Somente no 4º tri de 2022, a demanda pelo ouro saltou para 1;337 toneladas.
Os bancos centrais compraram 1.136 toneladas de ouro no ano passado, máxima dos últimos 55 anos. O WGC declarou que a maior parte das aquisições não foi "relatada". O número representa um aumento de 152% em relação a 2021, quando os bancos centrais adquiriram apenas 450 toneladas do metal. O WGC acredita que o salto sem precedentes ocorreu devido à turbulência geopolítica e à maior inflação das últimas quatro décadas, no ano passado.
“As compras líquidas dos bancos centrais no 4º tri totalizaram 417t, aumentando as aquisições totais do segundo semestre para 862t. Assim como no 3º tri, os dados para o último trimestre do ano novamente foram uma combinação das compras relatadas e de uma estimativa substancial de compras não relatadas”, de acordo com o WGC. “Assim que mais informações sobre essas aquisições não relatadas vierem a público, as estimativas serão revisadas”.
– afirmou o World Gold Council (WGC).
Os dados mostraram que a demanda de investimento no metal disparou 10%, para 1.107 toneladas no ano passado, enquanto o investimento em ouro através de fundos negociados em bolsa (ETFs) registraram saídas de recursos menores, em comparação com 2021. A oferta anual total de ouro subiu 2%, para 4.755, em 2022.
O ano de 2022 marcou o nível mais alto de demanda anual por ouro em 72 anos
De acordo com o WGC, 2022 marcou o décimo terceiro ano de compras líquidas de ouro. Além disso, o ouro também registrou a segunda maior demanda anual da história em 2022 desde 1950, impulsionada pela forte demanda nos últimos dois trimestres do ano.
Este não foi o caso no primeiro e segundo trimestres, quando o interesse no metal precioso não era tão robusto. O ouro enfrentou dificuldades para ultrapassar o patamar de US$ 1.900 durante esse período, em comparação com seu preço atual de US$ 1.927 por onça.
Dados do WGC mostraram que a maioria das compras de ouro em 2022 veio de mercados emergentes, com o banco central da Turquia liderando a onda de compras com um recorde de 542 toneladas. Outros países aumentaram significativamente suas reservas de ouro no ano passado, como China, Índia, Catar, Emirados Árabes Unidos, Egito e Iraque, entre outros.
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Este artigo foi publicado originalmente no portal The Tokenist. Confira a newsletter gratuita do The Tokenist, Five Minute Finance, para ter uma análise semanal das maiores tendências em finanças e tecnologia.