Ataque ganha jogo, defesa ganha campeonato. Você certamente já ouviu essa velha máxima do futebol... Pois saiba que o mesmo pode ser dito sobre os investimentos. Não, não é motivo de vergonha. Estamos entre amigos neste espaço, e te confesso que um ferrolho bem montado me agrada e muito.
Na montagem de portfólios de investimento vencedores, aqueles que ganham campeonatos, o “equilíbrio” do time não é simétrico. Mantenha o grosso da sua carteira em ativos de qualidade reconhecida, fluxos previsíveis e empresas de resultados resilientes. Selecione muito bem os seus poucos ases, os guarde na manga. De nada adianta um time com onze Neymares. Alguém tem de carregar o piano. Se a pontaria dele eventualmente falhar, a defesa estará montada, consistente, sempre alerta. E quem a impede de marcar os seus golzinhos?
Sexta-feira 13
Por que raios comecei com isso? Você certamente se lembra do que escrevi ontem, do que venho escrevendo nos últimos dias... Dê uma olhada na manchete do Valor Econômico desta sexta-feira, que não é 13, mas segue em clima de Halloween: “Um movimento de compra de dólares e venda de ações marca a primeira sessão de novembro nos mercados financeiros mundiais nesta sexta-feira, com dados positivos vindos da China sendo incapazes de ofuscar o receio de que o banco central americano possa iniciar a redução de suas compras de ativos antes que o imaginado.” Dito, feito.
Você está preparado?
Tenho insistido na questão pois os recordes históricos das Bolsas americanas realmente vêm me tirando o sono. Revelam alguma indiferença à retirada dos estímulos, ao mundo com menos dinheiro circulando. Não para por aí. Semana que vem tem reunião do Banco Central Europeu.
Enquanto a recuperação do Velho Continente vai dando os seus passos lentos, cresce a expectativa de que a autoridade monetária por lá pode ser obrigada a afrouxar sua política monetária como forma de minimizar o risco crescente de deflação. E você acha que o afrouxamento europeu vai começar na semana que vem? E que o afrouxamento do Fed pode começar antes do que o mercado espera? Independentemente disso, você acha que sua carteira está preparada para os dois casos?
Onde você deve estar
Enquanto você pensa, o dólar já voltou a R$ 2,25 e as contas públicas brasileiras não estão melhorando - pelo contrário. O Ibovespa subiu 3,6% em outubro, mas o fim da festa é iminente. O mercado está exigindo prêmios de risco bastante baixos, desalinhados aos catalisadores negativos do horizonte, o que pode desencadear um reapreçamento rápido e generalizado dos ativos de risco com o possível gatilho da escalada das taxas de juros internacionais.
Ontem, adiantei que a seleção de nossas carteiras para novembro visava justamente se blindar a este cenário crítico, privilegiando posições defensivas para ganhar campeonatos (que vão além de novembro), e garimpando somente aqueles ases com chances reais de entregar valorização consistente no mês.
Desde que criamos as carteiras, esta edição de novembro é a que chegou ao número mais expressivo de alterações contundentes nos três portfólios: Top Picks, Small Caps e Defensivas. Os assinantes do M5M PRO devem se lembrar de que podem usar seu cupom de desconto de 50% para a aquisição das carteiras de novembro.
Ou vai ou racha
O que OGX (OGXP3), OSX (OSXB3) e Mangels (MGEL4) têm em comum? Todas elas estão envoltas em processos de recuperação judicial - ou, ao menos, especulações a respeito. Interessante que as ações de duas delas exibem algumas das altas mais expressivas do pregão nesta sexta-feira, respectivamente de +23%, +28% para OGX e OSX.
Os papéis da Mangels, por sua vez, caem 29% no momento que escrevo. Outra coincidência é que todas apresentam variações contundentes. Há uma série de motivos para isso, como a fraca base de comparação para a oscilação, mas também o fato de demandarem algum evento extremo, para o bem ou para o mal.
Vejamos o caso de OSX... A empresa reconheceu ontem a possibilidade de entrar com pedido de recuperação judicial, embora “siga trabalhando normalmente em seus negócios, (...) visando avançar em suas iniciativas de reestruturação, incluindo potenciais combinações empresariais.” No contexto das conversas com credores, o BNDES sinaliza mais uma prorrogação de prazo de vencimento de empréstimo para a companhia e notícias da imprensa sugerem que Eike pode colocar mais R$ 100 milhões em um plano de salvamento da empresa apresentado a bancos credores.
Notaram que mesmo na possibilidade de a ação seguir “trabalhando normalmente em seus negócios” o desfecho envolve uma variação contundente para as ações? No curso normal dos trabalhos, a coisa não vira. Precisa, de fato, de um evento extremo.
Atirando no escuro
O ponto é que é impossível saber com precisão o resultado das negociações de OSX, se o plano de reestruturação de Mangels é plausível, ou se OGX conseguirá algum valor por seus ativos. Certeza é que a visibilidade é baixíssima (nula) e o risco é bastante alto, de modo que nos manteríamos alheios a estas ações, a despeito das fortes oscilações recentes.
Hoje fechamos formalmente nossa recomendação de compra de puts (opções de venda) de OGXPW20, introduzida em nosso relatório semanal de opções, com ganho de 100%. Para operar alguma dessas ações, somente via compra de volatilidade, combinando compra de calls (opções de compra) e puts fora do dinheiro. Isso se for houver bastante liquidez para montar a operação - o que não é o caso de Mangels, por exemplo.
Neuralizador
Não saia para o final de semana sem reservar alguns segundos à leitura do Fato Relevante destacado abaixo. No início da semana, a CVM barrou a oferta da Gaec Educação (Anima), uma vez que, na opinião da autarquia, um de seus executivos havia quebrado o período de silêncio ao dar entrevista para o Valor Econômico. Para retomar a oferta, a solução encontrada foi a seguinte:
Só faltou o comunicado vir acompanhado disso:
Para visualizar o artigo completo visite o site da Empiricus Research.