Mercados Globais
O pregão de hoje promete ser memorável. O petróleo subiu US$ 2,16 entre a mínima de ontem e a máxima de hoje, antes mesmo da divulgação dos estoques de petróleo dos EUA, que ocorre às 11:30 hs de hoje. As ações de British Petroleum e Shell, por exemplo, estão subindo forte nos mercados externos. O mercado está otimista após a divulgação dos sólidos dados da produção industrial da Zona do Euro, que subiu 1,3% em maio. Veja o gráfico da produção industrial, calculada pela agência europeia Eurostat:
A importância desse dado é confirmar a tendência de alta, esboçada na linhas vermelha (Zona do Euro) e azul (União Europeia). Ele confirma a recuperação sólida do continente, resultante das boas condições macroeconômicas combinada com o pacote de estímulo (QE – quantitative easing) levado a cabo pelo Banco Central Europeu. As bolsas sobem forte, com destaque para Londres (+0,7%), Frankfurt (+0,7%) e Milão (+1,1%). As moedas globais estão se valorizando frente ao dólar, retomando a tendência da semana passada. O euro está acima de US$ 1,44 (US$ 1,1454) e o yen, abaixo de ¥ 114 ( ¥ 113,51). Os juros soberanos mantêm a trajetória de estabilidade, com os dez anos dos EUA a 2,34% a.a. e da Alemanha a 0,53%.
Nos EUA, a presidente do FED divulga seu depoimento ao Congresso às 9:30 (Brasília) e ele deve mover os mercados. A expectativa é a de que a presidente manterá os sinais de normalização gradativa dos juros e da oferta monetária, sem causar nenhum transtorno aos mercados. Na leitura de seu depoimento, que ocorrerá efetivamente às 12 hs, poderemos verificar como a autoridade monetária dos EUA vê o crescimento, a inflação e a trajetória dos juros. Espera-se que a ala mais dura dos republicanos pressione Yellen, no sentido de mudar substancialmente sua política. Essa postura, no entanto, não tem maioria junto aos congressistas e não deve contaminar, no curto prazo, o otimismo dos mercados.
Brasil
No mercado doméstico, o clima é de excepcional otimismo com a aprovação da reforma trabalhista. Como consequência, o índice futuro registra alta de 0,88% e tanto o dólar quanto os juros registram fortes quedas.
O dólar é negociado em torno de R$ 3.236,5 e o DI para 2021 apresenta queda de 0,090 pontos.
Ainda somado ao alívio dos investidores com a reforma, houve a divulgação pelo IBGE das vendas do varejo ampliado, que registraram expansão de 4,5% em maio. Neste mês, o indicador interrompeu uma sequência de 35 taxas negativas (desde maio de 2014). Já as vendas no varejo registraram variação de -0,1% em maio, bem abaixo da expectativa de 0,40%.
Viés para o pregão é positivo e reforma aprovada, junto aos mercados globais (que também sobem), deve garantir a consolidação de alta no dia.