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Os Preços do Petróleo Podem se Recuperar?

Publicado 10.05.2017, 12:12
Atualizado 09.07.2023, 07:31
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Este artigo foi publicado originalmente em inglês no dia 10/05/2017

Quando os contratos futuros de petróleo caíram 5% na última quinta-feira, analistas foram rápidos em culpar a Opep devido aos cortes na produção que não conseguiram, durante os últimos quatro meses, resolver o problema do excesso de petróleo. No entanto, abaixo os verdadeiros culpados:

1. Como resultado do pacto de cortes na produção da OPEP e países externos à organização, instituições financeiras e fundos de cobertura previram que os estoques globais de petróleo bruto reduziriam mais rápido do que ocorreu. Como suas previsões se mostraram erradas, eles ficaram desiludidos, o que levou a uma queda nos preços do petróleo.

2. A produção de shale oil não se recuperou imediatamente quando os cortes na produção da Opep e fora da organização começaram. Entretanto, durante os últimos dois meses, mais poços perfurados que não entraram em operação passaram a operar nas áreas mais lucrativas de shale oil. Esta produção está aparecendo agora e pressionando para baixo os preços no mercado de petróleo. O setor de shale oil atualmente tem mais potencial de aumentar a produção do que o setor de petróleo convencional, mas logo terá que enfrentar o peso de custos mais altos de produção e de serviços.

3. A demanda de gasolina nos EUA não subiu muito como seria comum para esta altura do ano. De acordo com a Agência de Informação de Energia dos EUA (EIA, sigla em inglês), o consumo de gasolina está 250.000 barris por dia mais baixo a esta altura do ano. Por outro lado, uma vez que os preços do petróleo caíram na semana passada, preços da gasolina também caíram. Com a temporada de verão se aproximando, os motoristas dos EUA logo podem começar a encher seus tanques. Caso não o façam, os preços continuarão a cair.

4. O pânico de especuladores resultou em 520 milhões de barris de petróleo negociados na quinta-feira. Foi o terceiro maior número em todos os tempos. Mais de 7.000 contratos por minuto foram negociados em uma altura do ano em que normalmente apenas algumas centenas mudam de mãos. O súbito volume de negociação foi amplificado por especuladores e ajudou a exacerbar a queda súbita.

E agora? Todos os olhos estão na Opep e em seus amigos produtores externos à organização tentando sustentar os preços com conversas sobre estender o acordo de corte na produção pelo resto do ano. De fato, a Arábia Saudita lidera o lobby com clamores para a extensão do acordo para além de 2017. Desde a súbita queda da semana passada, preços do petróleo não se recuperaram. Pelo contrário, continuam a oscilar.

As notícias no fim de abril do mercado de ações de que grandes empresas produtoras de petróleo - incluindo Exxon Mobil (NYSE:XOM) e Chevron (NYSE:CVX) - superaram as expectativas de resultados trimestrais foram um falso sinal de sucesso. A Exxon se recuperou após reduzir seus ativos no trimestre anterior e a Chevron foi ajudada por vender ativos menos produtivos. Boa parte do salto nos lucros veio do corte de custos e venda de ativos, que poderiam ferir as empresas petrolíferas nos próximos anos e não significam, como foi relatado, uma reviravolta no mercado de petróleo.

Fatores importantes a serem observados incluem a demanda de verão nos EUA de gasolina, a demanda no Golfo Pérsico de eletricidade no verão, os custos de produção de shale oil, a produção offshore de petróleo nas regiões do Golfo do México e do pré-sal brasileiro e, mais significativamente, a agitação política na Venezuela. Estes fatores, mais do que a reunião da OPEP deste mês, podem ter maior impacto nos preços do petróleo pelos próximos seis meses.

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