É possível ter sucesso investindo apenas em uma classe de ativos.
Porém, se um investidor se expõe a apenas uma classe de ativos de renda variável, por definição irá existir volatilidade ao longo dos anos.
Existem, por exemplo, muitos indivíduos que alcançaram sucesso e independência financeira alocando capital apenas em ações.
Porém, essas pessoas de sucesso viram o seu portfólio desvalorizando 10%, 20% ou até mesmo 50% em momentos pontuais.
Essas quedas não acontecem porque as ações de fato perderam seus fundamentos. No longo prazo, ações são a classe de ativos com maior retorno, porém contam com volatilidade.
Existe uma quantidade limitada de capital no mundo, e esse capital migra entre ações, renda fixa, imóveis, ouro, dentre outras classes de ativos, dependendo dos aspectos macroeconômicos vigentes e da opinião das pessoas.
Como consequência temos flutuações, e uma solução para minimizar a volatilidade é a diversificação.
Uma instituição que se destacou ao longo dos anos com retornos acima do mercado, por um longo período de tempo, foi a Universidade de Yale.
A Yale, que é uma das universidades mais bem-conceituadas no mundo, possui um fundo de investimentos comandado por David Swensen.
Ele é encarregado da gestão do patrimônio da universidade, adquirido através de doações e outras receitas.
Os resultados de Yale se destacam dentre os investidores institucionais, tendo retornado 7,4% ao ano em dólar sobre uma grande quantidade de dinheiro, nos últimos 10 anos.
Se aumentarmos o horizonte de tempo, o fundo de Yale retornou 11,8% ao ano nos últimos 20 anos.
Para comparar, o retorno médio estimado é de 6,8% para os fundos de outras universidades nos últimos 20 anos;
Durante o período de 20 anos, o fundo de Yale cresceu de US$ 6,6 bilhões para US$ 29,4 bilhões.
Podemos ver que a volatilidade foi muito baixa. Com exceção da crise de 2008, o valor de mercado dos ativos de Yale praticamente só cresceu ao longo dos anos, agora beirando US$ 30 bilhões.
O valor de mercado, retorno e alocação entre classe de ativos para o fundo de Yale pode ser vista a seguir:
Fonte: Yale Investments Office
Diversos investidores possuem aversão à volatilidade. É interessante, portanto, aprender com uma instituição que conseguiu capturar bons retornos de renda variável, reduzindo sua volatilidade com uma diversificação consciente.
É possível para um brasileiro replicar parcialmente a estratégia de Yale:
Renda Fixa (Fixed Income):
Investimentos desse tipo proporcionam preservação de capital, limitam a volatilidade, protegem contra a deflação inesperada e servem como reserva de liquidez para adquirir oportunidades que possam surgir.
Ações domésticas e estrangeiras (Equity):
Proporcionam valorização de capital a longo prazo, mas podem experimentar maior volatilidade do que outras classes.
Em períodos mais longos, espera-se que continuem a oferecer o maior retorno das categorias;
Um brasileiro pode adquirir ações tanto no mercado doméstico, quanto no mercado estrangeiro (ao abrir conta numa corretora americana).
Imóveis (Real Estate):
Fornecem retorno mais previsível, com fluxos de caixa recorrentes e sofrem menos volatilidade do que as ações. Devem ter um bom desempenho em períodos de inflação inesperada e possui baixa correlação com ações.
Um investidor brasileiro pode se expor a essa classe de ativos ao comprar FIIs (Fundos de Investimento Imobiliário), REITs (fundos imobiliários dos Estados Unidos), ou através da propriedade direta de imóveis.
Retorno Absoluto:
Essas estratégias de alocação dependem de um evento corporativo específico, como fusão, cisão ou reestruturação.
São estratégias orientadas por valor e envolvem posições hedgeadas em ativos ou títulos com preços que divergem do seu valor real.
O benefício é que seu desempenho é muito menos dependente da direção dos mercados de ações e renda fixa.
Porém, os retornos são ditados pela habilidade do gestor em empregar essa estratégia e são menores do que em ações.
Um brasileiro pode se expor a estratégias de retorno absoluto através da compra de ETFs (Exchange Traded Funds).
Investimentos de capital em recursos naturais:
Compreendem petróleo, gás, madeira, agricultura, ouro, entre outros. Possuem características comuns de risco e retorno e proteção contra inflação imprevista.
Um brasileiro pode se expor a ativos de recursos naturais através da compra de ETFs (Exchange Traded Funds).
Private Equity (leveraged buyouts e venture capital):
Existem muitas empresas ineficientes ou com capacidade de crescimento. Essas companhias são oportunidades de investimento para gestores ativos capazes de otimizar as operações, consequentemente elevando a monetização.
Requer um time de especialistas e pode acontecer em diversos setores. As aquisições podem usar dívida e capital próprio para chegar ao custo total.
Um brasileiro pode se expor a empresas de private equity ao adquirir ações da gigante de private equity Blackstone (BX), que possui mais de US$ 400 bilhões em ativos sob gestão, diversificados em diversas atividades.
Também existem outras empresas menores como a American Capital (ACAP) e a Gladstone Capital (GLAD) ou até mesmo alguns ETFs de private equity, como opções para essa última categoria.