A reação dos mercados aos indicadores econômicos não tão positivos da economia americana são o choque de realidade tanto do governo Trump, “empurrando com a barriga” qualquer possibilidade de ajuste fiscal de modo a sustentar cortes de juros menos arriscados, quanto dos investidores determinados a manter o bull Market.
O resultado do ADP Employment em si não foi o deflagrador da piora de humor e correção dos ativos, mas a revisão do anterior de 195 mil para 157 mil assustou mais e trouxe o alerta mais claro de contração da atividade econômica, ou seja, nada está tão bom quanto Trump quer vender.
O ADP Employment, ainda que não conte com dados de criação de vagas de agências governamentais, é mais preciso em alguns aspectos do que o Payroll que será divulgado amanhã e serve para muitos analistas como um indicador antecedente do dado oficial.
O Payroll cobre 142.000 empresas e agências governamentais, representando aproximadamente 689.000 locais de trabalho individuais, enquanto o ADP mede quase 24 milhões de trabalhadores da base de dados da própria companhia, que gerencia folha de pagamento de uma parcela significativa das empresas nos EUA.
Além da cobertura com dados mais concretos e menos por inferências estatísticas, o ADP gera um resultado que em muitas vezes acaba por antecipar em um mês o Payroll, daí os temores da revisão de seu resultado para algo sensivelmente piorado em agosto.
Daí entra a guerra comercial. Não só ela tem afetado diretamente uma série de companhias nos EUA que dependiam de matéria-prima, bens intermediários e bens de capital chineses, como também afeta aquelas que vendem bens manufaturados aos mesmos.
A guerra com o NAFTA foi o primeiro impacto negativo em termos de custos, seguido da guerra com a China e agora os avanços contra a União Europeia na ordem de US$ 7,5 bi, que tende a afetar as vendas dos farm belts.
Ao não recuar de sua retorica, por motivos que somente Trump pode dizer, a situação dos mercados fica sensivelmente mais perigosa, somente à espera de quando, finalmente, alguma “barragem vá se romper” e um ciclo longo de correção dos ativos seja deflagrado.
Resta saber qual será o cisne negro a fazer todos pagarem o pato.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é sem rumo e os futuros NY abrem em alta, apesar do anúncio de tarifações sobre a União Europeia.
Na Ásia, o fechamento foi negativo, também em reação à perspectiva de crescimento menor com novas tarifações dos EUA.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceção ao minério de ferro.
O petróleo abre em queda, com a perspectiva de crescimento econômico global mais fraco.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -2,68%
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,1306 / -0,69 %
Euro / Dólar : US$ 1,10 / -0,064%
Dólar / Yen : ¥ 107,11 / 0,028%
Libra / Dólar : US$ 1,23 / -0,122%
Dólar Fut. (1 m) : 4150,97 / -0,44 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 20: 4,79 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 21: 4,95 % aa (-0,20%)
DI - Janeiro 23: 6,05 % aa (0,17%)
DI - Janeiro 25: 6,67 % aa (0,45%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -2,9043% / 101.031 pontos
Dow Jones: -1,8606% / 26.079 pontos
Nasdaq: -1,5608% / 7.785 pontos
Nikkei: -2,01% / 21.342 pontos
Hang Seng: 0,26% / 26.110 pontos
ASX 200: -2,21% / 6.493 pontos
ABERTURA
DAX: -2,761% / 11925,25 pontos
CAC 40: 0,457% / 5447,55 pontos
FTSE: -0,449% / 7090,57 pontos
Ibov. Fut.: -2,89% / 101149,00 pontos
S&P Fut.: 0,465% / 2894,00 pontos
Nasdaq Fut.: 0,451% / 7576,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,08% / 77,46 ptos
Petróleo WTI: -0,15% / $52,46
Petróleo Brent:-0,36% / $57,57
Ouro: 0,08% / $1.501,79
Minério de Ferro: 0,11% / $92,26
Soja: -0,19% / $15,64
Milho: 0,00% / $387,00
Café: 0,40% / $101,05
Açúcar: -0,23% / $12,87