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Opep Divulga Números de Corte. Qual o Futuro dos Preços do Petróleo?

Publicado 09.02.2017, 12:45
Atualizado 09.07.2023, 07:31
CL
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A S&P Global Platts, uma das fontes secundárias que a Opep usará para determinar se o acordo de novembro de 2016 está sendo cumprido, divulgou seus números para janeiro de 2017 (Gráfico na íntegra aqui). De acordo com esses dados, todos os países membros da Opep com cortes mandatórios (Líbia, Nigéria e Irã receberam isenção) diminuíram a produção de petróleo.

Alguns países ainda precisam implantar seus cortes de produção por completo, mas apenas o Iraque continua produzindo além da cota. A taxa de conformidade está em 91%, um sinal aparentemente positivo no caminho para solucionar a sobreoferta, mas os observadores do mercado podem não ter a mesma visão.

A taxa de redução atual é de 1,14 milhão bpd (em comparação ao eventual corte planejado de 1,2 milhão bpd).

Para alcançar as taxas atuais, Arábia Saudita, Angola e Kuwait cortaram mais do que o previsto no acordo. Isso ajudou a compensar minimamente a maior produção de Argélia, Gabão, Catar, Emirados Árabes Unidos e Venezuela e, mais significativamente, a do Iraque.

Tecnicamente, o acordo da Opep pode ser considerado um sucesso enquanto a média de produção para os primeiros seis meses de 2017 chegar a 1,2 milhão bpd. Isso significa que a média de produção para o primeiro semestre deve determinar uma taxa de média 1,2 milhão bpd a menos do produzido antes do acordo. O verdadeiro teste para a Opep será se esses cortes vão refletir em preços mais altos de petróleo durante esse semestre.

Em janeiro, o corte além do previsto dos maiores produtores da Arábia Saudita e da Rússia contribuíram para manter os preços do petróleo elevados. Fundos hedge parecem apostar que as condições que empurram os preços para cima devem continuar, no mínimo, por muitos meses. Eles podem estar reagindo às notícias de que a Venezuela não garantiu o investimento necessário para sua indústria petrolífera e agora prevê que sua produção caia mais 200 mil bpd.

Contudo, não é certo que esse movimento para acabar com a sobreoferta vá continuar. De fato, existem muitos sinais que apontam para um sobrepreço do petróleo nesse momento.

Alguns fatores que podem resultar em uma correção do preço apesar do acordo da Opep:

  • A produção do petróleo shale norte-americano parece estar pronta para crescer nos próximos 24 meses
  • O relatório da EIA revelou que a gasolina, o diesel e os estoque de petróleo nos EUA estão na verdade mais altos do que neste mesmo período no ano passado, mostrando aumento no excesso de oferta.
  • Números de produção da Líbia para a Nigéria (países isentos de cortes da Opep) mostraram sinais de crescimento.
  • A Rússia reduziu além do compromisso de 300.000 bpd devido ao inverno rigoroso. Com o fim do inverno, essas questões devem ser resolvidas e, o país estará sujeito à tentação de aumentar novamente a produção.
  • Produção de petróleo no Golfo do México (fora da Opep e do acordo global) recentemente atingiu novos recordes e diversas empresas abriram novas áreas de produção este ano.
  • Os cortes feitos pelos países não-membros da Opep ainda não foram divulgados e podem revelar taxas muito inferiores ao acordo.

Como um commodity mundial, todos os produtores e consumidores contribuem para o balanço da oferta e da demanda. Muitos dos fundamentos indicam que a projeção do preço do petróleo deve ser menor.

Podemos já estar vivendo essa correção. No entanto – e isso é um aviso importante – a impressão dos especuladores pode substituir esses fundamentos.

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