Sim, estamos perturbados
Seja bem-vindo
Vem ser gauche na vida.
Entramos, definitivamente, no modo “guinada à esquerda”.
Desde 2014, não temos política fiscal.
Ontem morreu o pouco que ainda restava de política monetária.
E a política externa se pauta exclusivamente num câmbio de R$ 4,15, que logo chega a R$ 5,00.
Aperte os cintos, a pilota autocrática reassumiu o comando da nau.
Copombini
Dois tripulantes folcóricos marcam oficialmente esta guinada: Copombini e Barbozenda.
Falo primeiro de Copombini.
"Copom deixa Selic em 14,25% em decisão com placar dividido".
É piada dizer que foi placar dividido; 6 x 2 é goleada em qualquer jogo de futebol.
Resultado: a dívida brasileira será paga com menos juros e mais inflação.
Ou seja, será paga justamente pelas classes econômicas menos abastadas que o Governo alega priorizar.
A desigualdade entre discurso e fato só aumenta.
Barbozenda
Listo aqui três frases de Nelson Barbosa em pronunciamento nesta manhã.
Elas falam por si mesmas, mas eu também falo por elas, entre parênteses.
“Governo deve agir para reduzir desigualdade” (acabamos de ver que não tem sido o caso).
“PIB não é a única variável numa economia” (embora pareça ser para o Copom).
“Precisamos estimular o mercado a fazer coisas novas” (que medo).
Jinpinganimim
Como será viver esta guinada local enquanto a China empurra uma guinada global?
Nesta quinta, o Governo chinês injetou recursos recordes no sistema financeiro.
E não adiantou nada.
Só atrasou.
A Bolsa de Xangai derreteu -3,2%.
É ilusão achar que a China vai evitar crise com estímulos monetários, assim como foi ilusão interpretar que o Fed foi quem recuperou a economia americana pós 2008.
Admirávol
Em apenas 21 dias transcorridos, você já deve ter percebido que a tônica de 2016 é volatilidade.
Por enquanto, volatilidade somente para baixo.
Nos próximos meses, talvez, volatilidade para cima.
Sou contra a atitude burra e arrogante de tentar prever o futuro.
Ao mesmo tempo, fico admirado quando o presente nos oferece pregões voláteis.
Através de todas as perturbações, este é o melhor contexto possível para enriquecer.
Aquela mesma postura cautelosa que você bem conhece de O Fim do Brasil é agora usada para escolher as 11 ações mais preparadas para surfar a volatilidade de 2016.
Sem medo de cara feia.