A manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 13,75%, já esperada pelo mercado, encerrou o ciclo de alta de juros depois de 12 aumentos seguidos.
Mesmo assim, a analista e sócia-fundadora da Nord Research, Marilia Fontes, explica que é preciso manter o cuidado com os prefixados.
“No comunicado da decisão, o Banco Central brasileiro disse que a Selic pode voltar a subir caso a inflação não caia como o esperado. Ou seja, não é óbvio para a autarquia que o próximo ciclo é de queda nos juros. Por isso, é prudente que a cautela com os títulos prefixados seja mantida porque esses investimentos podem sofrer caso o BC suba mais a Selic ou mantenha-se estável por mais tempo”, pondera Fontes.
Assim, alocações em investimentos pós-fixados atrelados ao CDI se encontram em situação favorável.
Fundos Imobiliários
Quem estiver disposto a diversificar mais a carteira poderá apostar também nos Fundos Imobiliários.
Embora a Selic esteja remunerando 13,75%, os fundos de tijolo estão pagando, em média, 8,5% ao ano de rendimentos isentos, sendo que muitos desses fundos ainda estão descontados.
O investidor tem a possibilidade de receber bons rendimentos livres de Imposto de Renda e com perspectiva de valorização do capital investido por conta dos descontos que muitos desses fundos estão negociando.
Considerando as variáveis Selic e inflação, há também oportunidades nos fundos de papel — atrelados à taxa do CDI (certificado de depósito interbancário).
Esses fundos se beneficiam com o aumento dos juros e devem continuar apresentando uma boa remuneração.
Setor preferido
Nossa estratégia atual é aumentar a posição em fundos de tijolo.
A carteira estava bastante posicionada em fundos de papel, ao longo dos últimos semestres, para capturar o aumento da inflação e Selic, mas que, agora, as atenções estão voltadas para os “tijolos”, novamente na tentativa de antecipar as perspectivas de queda na Selic e juros futuros.
Estamos nos posicionando para capturar os descontos em fundos de tijolo no momento, imaginando que, quando o Copom iniciar o ciclo de queda das taxas de juros no ano que vem, essas posições se beneficiarão com a retomada do fluxo de investidores da renda fixa para os FIIs.
Caso a inflação volte a subir e o Banco Central brasileiro tenha que elevar ainda mais os juros, os FIIs de papel, que possuem uma indexação ao CDI, voltam a ficar mais atrativos, como é o caso do Fundo Imobiliário Valora CRI CDI (VGIR11 (BVMF:VGIR11)), inclusive uma recomendação aberta nossa.
Também acompanhamos os fundos de papel Kinea Rendimentos Imobiliários (BVMF:KNCR11) e Santander (BVMF:SANB11) Papéis Imobiliários CDI (SADI11 (BVMF:SADI11)), uma vez que ambos, da mesma forma, seguiram essa dinâmica.