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O teto da dívida dos EUA importa mais do que a inflação para os mercados agora

Publicado 26.04.2023, 12:32
FRCB
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  • O teto da dívida dos EUA atingiu o limite, gerando preocupações entre os investidores.
  • O governo Biden precisa encontrar uma solução antes de 18 de agosto, a fim de evitar uma possível crise.
  • Enquanto isso, a resolução do teto da dívida nos EUA continuará sendo um vetor de curto prazo para o mercado, com a inflação em segundo plano.
  • Os investidores que gostam de operações especulativas de curto prazo precisam estar cientes de que eventos dos mais variados tipos podem causar estresse diário, e a natureza humana tende a ficar enviesada para eventos negativos, como já mencionamos várias vezes no campo das finanças comportamentais.

    No ano passado, o sentimento do mercado foi regido pela inflação e pelas elevações da taxa de juros, o que acabou gerando a queda de 2022.

    Desde a primeira quinzena de outubro, os mercados começaram a se recuperar, mas o pessimismo ainda persiste, diante do temor de uma recessão; agora acredito que o próximo tópico a atrair as atenções do mercado será o teto da dívida dos EUA.

    Em 19 de janeiro, o Tesouro dos EUA atingiu o teto da dívida, tomando medidas extraordinárias para atender às necessidades de gastos do governo. Sejamos claros: isso já aconteceu antes, mas muita coisa também depende do sentimento geral, que continua negativo.

    De fato, como podemos ver, posições de venda a descoberto não apenas nas ações, mas também no mercado de dívida dos EUA, atingiram uma máxima histórica, o que provocou bastante nervosismo, juntamente com o balanço trimestral do First Republic Bank (NYSE:FRC) de ontem.

    O custo de se proteger contra uma (improvável) moratória da dívida dos EUA também aumentou bastante, sinal de que os mercados estão acompanhando de perto os desdobramentos do caso (veja abaixo).

    Custo do seguro contra moratória nos EUA

    Agora, teoricamente, 18 de agosto é a data-chave em que os recursos deveriam acabar. Portanto, será crucial para o governo Biden firmar um acordo antes dessa data.

    Entre as possíveis opções, destacam-se:

    • Solução política (acordo com os republicanos que, em troca, exigem uma redução nos gastos federais);
    • Nova emissão de dívida em situações completamente anormais (talvez acima do nominal, mas não sei como os mercados reagiriam a isso e especialmente quem compraria);
    • Mais medidas extraordinárias (o presidente Biden poderia invocar a 14ª Emenda para seguir com os pagamentos federais).

    E há outras soluções mais "criativas" que eu não acho que valha a pena considerar.

    Nesse sentido, enquanto todos ainda estão concentrados na inflação (que, em minha opinião, seguirá em trajetória de queda, sobretudo em junho e julho, quando os efeitos-base serão maiores que 1 por cento), o próximo vetor de mercado no curto prazo será o teto da dívida dos EUA e sua resolução.

    Como sempre, trata-se apenas de distrações para os investidores de médio e longo prazo, mas a natureza humana nunca muda.

     

    Aviso: Este artigo foi escrito apenas com fins informativos e não constitui qualquer solicitação, oferta, conselho ou recomendação de investimento, não tendo por objetivo incentivar a compra de ativos de nenhuma forma. Cabe lembrar que qualquer tipo de ativo é avaliado a partir de diversos pontos de vista e possui riscos; por isso, a decisão de investir e o risco associado são de sua inteira responsabilidade.

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