Impera a cautela dos investidores, com o início das reuniões de política monetária, em meio à série de indicadores econômicos difusos em nível global, a maioria apontando para um passado positivo, porém um futuro desafiador.
No Brasil, o resultado fiscal do ano demonstrou o segundo ano consecutivo de superavit primário do governo central, com impacto negativo de estados e municípios, como era de se esperar, devido às eleições e o incremento do pagamento de juros sendo penalizados pela eleva Selic do período.
A inflação do IGP-M apresentou recuo considerável ao se observar o resultado do mês anterior (de 0,45% para 0,21%), porém, mais uma vez foi o impacto do atacado negativo que evitou uma pressão ainda maior.
O índice ao varejo registrou alta de 0,66%, próximo da nossa projeção para o IPCA deste mês, onde alimentação, saúde e cuidados pessoais, comunicações e transportes renovam parte das pressões recentes, onde ainda não se considera o mais recente aumento do preço dos combustíveis.
No exterior, o PIB alemão mais fraco e os índices de confiança do bloco europeu mais fortes somente contribuíram para a falta de rumo dos mercados, sensibilizados pelas decisões de política monetária, em meio ao período de silencio dos bancos centrais.
Nesta madrugada, o Japão registrou dados de emprego, casas iniciadas, confiança, produção industrial e vendas ao varejo acima das expectativas, assim como os PMI chineses que retornaram todos à zona de expansão e não foram suficientes para superar a cautela dos investidores com as decisões de juros à frente.
Para piorar a situação, os dados alemães de vendas ao varejo registraram queda marginal (-5,3%) e anual (-6,6%) muito acima das expectativas e evitaram a leitura mais positiva dos dados de emprego e PIB do bloco europeu acima das expectativas.
Todo este contexto é para explicar que, apesar dos abundantes sinais de continuidade das elevações de juros na Europa e EUA, parte considerável dos investidores avaliava a possibilidade de sinais menos hawkish das autoridades monetárias e mesmo em ritmo menos intenso de altas, não é o que deve ocorrer.
Tanto o COPOM deve continuar a sinalizar a preocupação com o fiscal como base de sua política, como os BCs internacionais devem focar na inflação e na atividade econômica, em especial o mercado de trabalho.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, na expectativa pela semana de decisões de juros e a temporada de balanços.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, apesar da grande série de dados no Japão e China acima das expectativas.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam no negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas fortes, destaque à prata e ao cobre.
O petróleo cai em Londres e em Nova York, com o aumento inesperado da oferta russa da commodity.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 2,76%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,1211 / 0,23 %
Euro / Dólar : US$ 1,08 / -0,258%
Dólar / Yen : ¥ 130,43 / -0,092%
Libra / Dólar : US$ 1,23 / -0,227%
Dólar Fut. (1 m) : 5115,35 / 0,13 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 24: 13,55 % aa (0,03%)
DI - Janeiro 25: 12,87 % aa (0,21%)
DI - Janeiro 26: 12,80 % aa (0,07%)
DI - Janeiro 27: 12,85 % aa (-0,02%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,0384% / 112.273 pontos
Dow Jones: -0,7681% / 33.717 pontos
Nasdaq: -1,9609% / 11.394 pontos
Nikkei: -0,39% / 27.327 pontos
Hang Seng: -1,03% / 21.842 pontos
ASX 200: -0,07% / 7.477 pontos
ABERTURA
DAX: -0,672% / 15024,40 pontos
CAC 40: -0,578% / 7041,05 pontos
FTSE: -0,742% / 7727,13 pontos
Ibov. Fut.: -0,12% / 112837,00 pontos
S&P Fut.: -0,37% / 4017,5 pontos
Nasdaq Fut.: -0,414% / 11905,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,90% / 109,80 ptos
Petróleo WTI: -1,53% / $76,71
Petróleo Brent: -1,37% / $83,74
Ouro: -1,02% / $1.905,95
Minério de Ferro: -1,01% / $126,85
Soja: -0,37% / $1.530,50
Milho: -0,18% / $683,25
Café: 0,18% / $170,80
Açúcar: 0,52% / $21,39