Sofremos até a sessão de ontem, o que convenciona na gíria do mercado financeiro chamar de ‘sangria desatada’, ou seja, raros casos de ativos que não tenham sofrido com o movimento de forte correção observada.
Em partes, o evento vem da percepção de que a retirada global de liquidez irá primariamente atingir aquelas empresas que usualmente não seriam receptoras de recursos, em momentos de pretensa normalidade dos mercados.
Isso atinge especialmente empresas menores de tecnologia, alguns “unicórnios” do mercado, novas instituições financeiras ‘disruptivas’ e small caps, isso tudo nas bolsas de valores, além de mercados menos líquidos em economias centrais e emergentes, países com rating duvidoso são alvos e por fim, as criptos.
Ainda assim, tudo se ‘resolveria’ através da solução dos problemas mais recorrentes de curto prazo, os quais alimentam a inflação em parte significativa do globo, como guerras, pandemia e choque de oferta, mas não exime a responsabilidade dos países pela injeção sem critérios de recursos financeiros na economia.
Com tantos desafios, procuramos na ata da última reunião do COPOM os sinais emitidos pela autoridade monetária dos próximos movimentos, em meio ao contexto de preços pressionados além do preconizado na ata anterior, que desfizeram as expectativas desenhadas pelos formuladores de política monetária.
Um aperto adicional em menor magnitude está dado pelo comunicado, novamente extenso, agora os analistas buscam sinais de continuidade, ainda que a atual persistente inflação não se lide com política monetária, limitando o Banco Central dos instrumentos para combatê-la eficientemente.
A preocupação do BC está já mirando 2024, com as metas de 2022 e 2023 comprometidas pelo atual contexto sem solução e sem ferramentas de combate eficientes, daí a busca pelo cumprimento no maior prazo.
Na agenda de hoje, além do IPC da Fipe abaixo do piso das projeções dos analistas, o foco fica para os indicadores de atividade econômica como vendas ao varejo e a carta da Anfavea, com dados de venda e produção de veículos no Brasil.
No exterior, o foco fica para os depoimentos de diversos membros do Federal Reserve e do Tesouro americano, onde igualmente os investidores buscam sinais de amenizem as declarações pós-FOMC, o gatilho da atual realização de lucros.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, após a maior queda generalizada dos mercados em um ano.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, exceto Shanghai, puxados por techs.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas no minério de ferro, ouro e prata.
O petróleo abre em queda em Londres e Nova York com temores renovados de recessão global.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -3,37%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,1609 / 1,59 %
Euro / Dólar : US$ 1,05 / -0,152%
Dólar / Yen : ¥ 130,14 / -0,061%
Libra / Dólar : US$ 1,23 / -0,122%
Dólar Fut. (1 m) : 5179,45 / 1,23 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 23: 13,29 % aa (0,42%)
DI - Janeiro 24: 12,96 % aa (-0,77%)
DI - Janeiro 26: 12,28 % aa (-0,97%)
DI - Janeiro 27: 12,30 % aa (-0,77%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -1,7927% / 103.250 pontos
Dow Jones: -1,9869% / 32.246 pontos
Nasdaq: -4,2933% / 11.623 pontos
Nikkei: -0,58% / 26.167 pontos
Hang Seng: -1,84% / 19.634 pontos
ASX 200: -0,98% / 7.051 pontos
ABERTURA
DAX: 1,384% / 13565,91 pontos
CAC 40: 0,836% / 6136,90 pontos
FTSE: 0,546% / 7256,10 pontos
Ibov. Fut.: -1,67% / 104489,00 pontos
S&P Fut.: 0,84% / 4021 pontos
Nasdaq Fut.: 1,577% / 12363,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,69% / 123,90 ptos
Petróleo WTI: -1,82% / $101,21
Petróleo Brent: -1,77% / $104,07
Ouro: 0,35% / $1.857,01
Minério de Ferro: -2,15% / $126,55
Soja: -2,08% / $1.621,00
Milho: 0,61% / $787,00
Café: 0,65% / $207,65
Açúcar: -0,21% / $18,59