Desde os anos 1960 dizem que o Brasil é o país do futuro. No entanto, o tempo passa e esse futuro parece cada vez mais distante. Com a proximidade da eleição, as fraturas das diferenças ideológicas vão ficando cada vez mais expostas. Enquanto alguns imaginam que a economia esteja "voando", outros afirmam que estamos pior do que os números apontam.
No entanto, não podemos ignorar o que o mundo real nos mostra. E a realidade não é tão favorável. Embora certos números tenham melhorado ainda há muito o que ser feito para a economia melhorar de fato.
Desde a recessão da era Dilma vivemos com uma economia estagnada e alto número de desempregados. No meio do caminho a reforma trabalhista reduziu os incentivos ao litígio entre trabalhador e empregador, mas sem crescimento econômico não se cria novas vagas de trabalho.
Caminhamos para o segundo ano seguido com inflação acima de 2 dígitos. Hoje vivemos com inflação, juros e desemprego nas alturas. A inflação vem afetando todos os brasileiros, principalmente os mais pobres. Já a alta dos juros deve começar a estagnar a economia no 2º semestre por conta dos efeitos defasados da política monetária. Hoje o cenário aponta que antes de uma melhora da economia ela deve piorar.
A queda do desemprego divulgado recentemente foi festejado por governo e apoiadores. É fato que o desemprego em queda é bom para a economia. No entanto, quanto mais ele cair mais pressionará a inflação.
A queda do desemprego aliado à política fiscal pisando no acelerador dificultam e muito o trabalho do banco central de colocar a inflação na meta. Hoje o banco central é a única instituição que esta comprometida em combater a alta dos preços.
A literatura econômica nos ensina que o remédio para a inflação é juros. O banco central foi o primeiro a subir a taxa de juros para combater a alta dos preços. No entanto, hoje estamos num ponto em que o juro já chegou onde deveria e mesmo assim a alta dos preços continua tirando o sono do brasileiro.
Nossos problemas são estruturais. A pandemia agravou o problema social do país. Desde 2013, a economia não cresce. A renda do brasileiro está em queda livre e a produtividade estagnou desde os anos 80.
É questão de tempo para novos e velhos problemas sociais agravados pela pandemia pressionarem o poder público a aumentar o gasto e proteção estatal. No entanto, quem vai pagar a conta? A dívida pública consolidada (engloba as 3 esferas do poder) já está em 92%, enquanto a média dos países emergentes é 67%.
Com taxas de juros em 2 dígitos é impossível o país ter um crescimento sustentável em médio a longo prazo. Além disso, juros elevados aumentam o custo da dívida pública. Independente de quem assumir o país em 2023, seja esquerda ou direita, precisa garantir estabilidade econômica para produzir superávits e reduzir os juros e a dívida pública. Sem isso é ingenuidade acreditar que a economia brasileira irá crescer.
Diante de todas as incertezas que vem acontecendo no Brasil e no mundo não é prudente correr riscos, ainda mais quando se vê a renda fixa pagando juro real de 5,5% a 6%, com esse nível de risco não há investimento melhor no mercado. Aproveite a oportunidade que o mercado está te dando e vire um “rentista”.