Sexta feira nosso amigo dólar teve uma alta de mais de 4% (na maior alta diária desde março de 2020) e ontem manteve o ritmo de aumento, fechando em alta de 1,49%, na casa de R$ 4,88 e chegando a ficar perto durante o dia de R$ 4,95. Mas, afinal, o que está fazendo com que o dólar suba?
Temos dois principais fatores que, a meu ver, pressionam o dólar de forma direta e que devem ser bem observados pelos investidores:
1 - China, lockdown, queda no preço das commodities
2 - Aumento de juros nos EUA
Em relação à China, podemos verificar que a política de Covid zero adotada por seu governo, forçando o lockdown em cidades como Xangai (onde se localiza o principal porto de mercadorias do mundo), começará a causar uma crise de oferta. Que, por sua vez, já alimenta e ainda alimentará mais a alta da inflação. Já há filas para embarque de mercadorias, devido às restrições por causa da Covid. A China, nos últimos tempos, é a maior exportadora de mercadorias do mundo fazendo com que as restrições afetem não só a sua economia, mas a economia mundial.
Com a perspectiva de uma menor demanda chinesa, os preços de algumas commodities importantes para o Brasil, como o petróleo e o minério de ferro caíram ontem -3,66 e -11%, respectivamente, em Dalian. Fazendo com que o grande fluxo financeiro que beneficiou os grandes exportadores brasileiros desde a guerra da Ucrânia diminua.
Em relação ao aumento da taxa de juros nos EUA, com a declaração dada por Jerome Powell na sexta-feira sobre apertar ainda mais o aumento da taxa para 0,5 %, e com alguns membros do Fed não descartando uma alta maior, o mercado já começa a se preparar com a expectativa de que mais altas robustas virão durante o ano, diminuindo a diferença dos juros (o que tem sido o grande diferencial brasileiro). Com isso, a entrada de capital estrangeiro em solo tupiniquim irá diminuir, pressionando o preço.
Tenham um ótimo dia!